03 março 2006

À Procura dos Envelopes ...

(imagem fanada aqui)

Não há dúvida?!


15 Comments:

At sexta-feira, março 03, 2006 2:29:00 da tarde, Blogger Ricardo said...

Cara SP,

O cartoon está excelente. No entanto, refere-se a uma situação que me levanta dúvidas há muito tempo: as fontes de informação.

Quanto aos jornalistas, sinto que estão a colher aquilo que durante muitos anos ajudaram a semear. Como em todas as categorias profissionais, há bons, maus e assim-assim. Foram eles que "pariram" essa figura obscura da "fonte fidedigna".

Um exemplo: sou jornalista e quero "informar" que o Buchovski anda a roubar velhinhas. Simples, basta-me dizer que, segundo uma fonte fidedigna, isso acontece. Caso vá a tribunal, refugio-me na protecção da fonte e nada acontece.

Ora, perante este cenário, não era muito mais simples ser obrigatório revelar a fonte? Assim, além de responsabilizar as ditas fontes, quando existissem, o trabalho jornalístico passava a ser encarado com outros olhos. Tinha ainda outras vantagens, por um lado quando fosse publicada uma reportagem com recurso a "fontes", estas tinham de ter provas do que afirmavam. Por outro, limitava-se, de uma vez por todas, a conspurcação da comunicação social com ajustes de contas pessoais, vinganças, invejas e má-língua pura e dura.

Cumprimentos,

 
At sexta-feira, março 03, 2006 6:28:00 da tarde, Blogger SP said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At sexta-feira, março 03, 2006 7:23:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

é no que dá as pessoas votarem em governos da direita ;)

e ainda os nossos olhos não viram tudo

francisco de assis

 
At sexta-feira, março 03, 2006 7:24:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro Ricardo

No caso concreto do tablóide 24 horas, para mim as questões são as seguintes:
Quem são os criminosos?
Os jornalistas, que protegem as suas fontes, ou quem está "lá dentro" e sopra as informações violando o segredo de justiça?
Cabe ao jornalista substituir o poder judicial?
Como se quer disfarçar e dar ares de que se está a tratar do assunto "mata-se o mensageiro".
Começou com o assalto ao 24 horas e já passou para um ataque a toda a linha à liberdade de imprensa. Criando-se uma entidade independente (nomeada pelos partidos políticos, que à partida são todos sérios, mas não estão livres de tentações), a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, uma espécie de polícia que pode entrar pelas redacções dentro e fazer as buscas que muito bem entender, sem mandado judicial. Em nome de quê? Do combate ao crime de perigo. E que raio é o crime de perigo? É algo que, pela sua definição ambígua, permitirá controlar a imprensa. Assim, acaba-se com o jornalismo de investigação de uma vez só.
Se se acaba com muita porcaria, acaba-se também com o bom jornalismo de investigação. Não há cá revelações de casos como Watergate, Cadilhe ou o dos Sobreiros. Quanto a isso, para mim, é preferível haver de tudo, do que não haver nada.
É preferível um culpado solto do que um inocente preso.
O sigilo profissional ou a protecção das fontes é um direito e um dever dos jornalistas. O jornalismo sobrevive das fontes e só em casos excepcionais (casos de segurança do Estado e casos de actos criminosos contra a vida) e por ordem do tribunal deverá ser quebrado o sigilo profissional. Caso contrário, acabam-se as fontes. Ninguém está para correr risco de vida, perder o emprego ou ter outro tipo de consequências que impedirão de viver normalmente.
Acredito, de resto, que a liberdade de imprensa é um pilar da democracia.

 
At sexta-feira, março 03, 2006 7:37:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro Ricardo

retirei "o caso das velhinhas do Buchovsky" visto que ele apenas cometia furto. Agora, se elas morressem com a emoção de verem o "homem-invisível", o caso mudaria de figura.

 
At sexta-feira, março 03, 2006 7:54:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

muito bem,sp!
como disse thomas jefferson "A segurança da democracia está em uma imprensa livre. A agitação que ela produz é necessária para manter as águas puras"

francisco de assis

PS(não confundir com uma certa associação de malfeitores)-
que venham as celebrações do post nº200

 
At sexta-feira, março 03, 2006 10:05:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro bananoso

desculpe-me o atrevimento, mas estou deveras intrigada, não por não saber quem são os Xutos, mas por presumir, pela sua pergunta, que sabe quem é a Lili. Produtos portugueses de tão má qualidade chegam ao Brasil?
Olhe que essa senhora, aos 70 ou 80 anos, descobriu sozinha que estar vivo é o contrário de estar morto.

cumprimentos

 
At sexta-feira, março 03, 2006 10:35:00 da tarde, Blogger Alien David Sousa said...

Fui eu!

 
At sábado, março 04, 2006 9:40:00 da manhã, Blogger Ricardo said...

Cara SP,

Não ponho em causa a "liberdade de expressão". Não ponho em causa o jornalismo de investigação. O que ponho em causa é a falta de categoria e de idoneidade de alguns pretensos jornalistas. É certo que sabemos existir de tudo um pouco, como em qualquer categoria profissional. O problema não é esse.

Muita coisa está mal.

Quem tiver algumas noções de comunicação sabe o poder que a mesma tem. Numa 1ª página destrói-se a reputação e o bom nome de uma pessoa. O desmentido, quando devido, surge na página 34 em rodapé. Sabe que existe uma lei que exige igual destaque dos desmentidos em relação a notícias infundadas? Quantos cumprem?

Quantas vezes lê um determinado título e sub-título, ambos bombásticos, e quando lê o corpo da notícia sente que "a montanha pariu um rato"?

A minha perspectiva é muito simples, as leis e regras deveriam existir por causa da salguarda dos direitos e interesses de todos, do bem comum. Não para proteger certos e determinados poderes instalados. Os jornalistas não podem ser uma classe privilegiada como têm sido até aqui. Quantos casos de corrupção, devidamente julgados e condenados, conhece envolvendo jornalistas?

Aproveito a oportunidade para lhe sugerir a leitura do artigo de opinião de Vasco Pulido Valente, no Público de hoje (Sábado). Ele lá saberá do que fala...

Cumprimentos,

 
At domingo, março 05, 2006 1:14:00 da manhã, Blogger Mac Adame said...

Não há dúvida nenhuma! É para aí que caminhamos. Para o renascimento pidesco.

 
At domingo, março 05, 2006 2:48:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro Ricardo

Estou completamente de acordo consigo no que diz respeito à existência de problemas e situações que enfermam o jornalismo, seja o sensacionalismo, o desrespeito pelo código deontológico ou o não cumprimento da lei.
Acrescento um outro problema, as concentrações dos órgãos de comunicação social com as consequências perniciosas para a independência do jornalismo e dos jornalistas em relação ao poder económico.
A diferença entre nós é que partimos de premissas distintas.
Para mim, a origem do problema está na inoperância da justiça. A não aplicação da lei ou a ineficácia dos mecanismos existentes é, quanto a mim, o problema. E não acredito, nem aceito que a administração da justiça se faça à custa de limitações à liberdade de imprensa, e portanto à democracia.
Para si, se entendi bem, a protecção das fontes de informação constitui um privilégio dos jornalistas e um mal do jornalismo. Eu não sou da mesma opinião, como aliás, já o disse e, para não me voltar a repetir, apenas digo que só se as fontes forem livres (e a sua protecção é a garantia dessa liberdade), o jornalismo será livre. De outro modo, não se arriscarão a falar se forem denunciadas. Calar-se-ão e assim já não correm o risco de sofrer represálias. Imagina o "Garganta Funda", que hoje se sabe ter sido um agente do FBI, a revelar a sua identidade, a dar a cara? Acabaria com dois tiros num beco qualquer e com uma magnífica história de herói morto em serviço. A revelação de Watergate, pura e simplesmente, não aconteceria.

Que muita coisa está mal e cheira mal, é verdade.

Cumprimentos

 
At domingo, março 05, 2006 5:05:00 da tarde, Blogger SP said...

Quanto à cronica do VPV, a leitura que faço é a do seu insurgimento contra a "ditadura" do politicamente correcto que hoje em dia vigora na nossa sociedade, aliás esta opinião vem no seguimento de uma série de outras que VPV tem vindo a publicar. A mania da saúde, a vida saudável como imposição dos tempos modernos, o caso do BI em Inglaterra, a paranóia da vigilância and so on.
Algo que também me inquieta, porque são as liberdades individuais constantemente atacadas em nome da segurança e do politicamente correcto.
Claro que VPV o faz de forma provocadora que é a comparação da liberdade de hoje com a "liberdade" do Estado Novo. De forma exagerada, a meu ver, porque se há coisa que ele não faria hoje com a "liberdade" de ontem era escrever o que escreve.

 
At domingo, março 05, 2006 10:03:00 da tarde, Blogger psac74 said...

Então e a IV República?

 
At sábado, fevereiro 17, 2007 5:08:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Excellent, love it! » » »

 
At quarta-feira, março 07, 2007 5:44:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

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