21 fevereiro 2006

OPA HOSTIL: Religião

Penso que todas as Religiões Monoteístas têm como principal objectivo serem "the number one", terem o maior nº de fiéis para, nos respectivos Campeonatos Mundiais, terem o supremo privilégio de erguerem a Taça. Infelizmente algumas há que misturam tudo, talvez na secreta esperança de levarem o troféu do 3º Lugar.
Ora isto das Religiões tem que se lhe diga. Todas fazem a Evangelização. E todas pretendem ser a principal do Planeta e arredores (o que levaria a que o Inferno, espaço existencial comum a todas, ficasse com o ónus de ter todas as alminhas, porque quem não é de uma é doutra ou de nenhuma, garantindo a toda a Humanidade um lugar cativo, desde sempre).
Para serem as principais todas levam a cabo uma campanha de angariação de membros, consoante o que podem. Há uns anos a Igreja Católica considerou católicos todos os nativos que as armadas Portuguesa e Espanhola encontraram pelo caminho. Hoje o movimento Missionário (geral e não especificamente o católico), com todas as coisas boas que tem, pretende, acima de tudo, angariações populacionais.
Quem quer chegar a nº 1 não se faz de tolerante (e, infelizmente, a história das Igrejas em geral só têm, na sua maioria, histórias de intolerância, com excepção dos episódios de Jesus Cristo, em que até se toleravam e defendiam, e justamente, as putas), pelo que as palavras do Sr Ratzinger, a ocupar as funções vitalícias de Papa, me pareceram de alguém que se vê a braços com uma OPA e, antes que se transforme em hostil, fala do respeito pelos símbolos, ignorando a Liberdade de Expressão, para que, caso aconteça a OPA HOSTIL, possa defender os valores Medievais em que acredita. Ou seja: caso o Califado avance inexoravelmente para uma "Guerra Santa" (que me parece ser uma guerra entre os que nada têm, nem nada a perder e os que, aparentemente, tudo possuem), iremos ter o líder da Igreja Católica, no território europeu, a arrigementar forças para o combater, mas não pelos símbolos da Civilização Ocidental, como a Liberdade e a Tolerância que, aparentemente, apregoam, mas pelo mais puro Obscurantismo Religioso. DEUS NOS LIVRE!

Razão tinha Marx: (infelizmente) a Religião é o ópio do Povo (tão actual...)

Não há dúvida?!

19 Comments:

At quarta-feira, fevereiro 22, 2006 1:44:00 da manhã, Blogger Zeca said...

Tenho uma certa dificuldade em debater estas coisas da religião.
Segundo a minha familia fui um ateu (em criança) que depois passou a bárbaro e que finalmente me tornei Sportinguista.

A Religião é o ópio do Povo?

Então o povo nunca provou o verdadeiro o genuíno o puro.
Pois...............

Desculpa lá qualquer coisinha, mas tenho de ir vadiar para outros lados.
Passa por lá e fica bem.
p.s.
Ilustrei o teu post, espero que entrelace com o teu post.

 
At quarta-feira, fevereiro 22, 2006 12:16:00 da tarde, Blogger Victor de Souza Baptista said...

Marx tinha razão mas não era Maomé.

http://naosoumaome.blogspot.com

 
At quarta-feira, fevereiro 22, 2006 1:58:00 da tarde, Blogger Ricardo said...

O Marx tinha razão? Não era o tal que vivia à gosma do outro, rodeado de 15 empregados? Assim também eu...

 
At quarta-feira, fevereiro 22, 2006 3:06:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro Ricardo

O camarada Engels nunca se queixou e ao que consta que Marx passou por situações económicas próximas da miséria, morreram-lhe 4 filhos (se é que isso interessa para alguma coisa).
Agora que o materialismo dialético tem algo a ver com o séquito de empregados, isso é que eu não fazia ideia!
Eu nem com 30 empregados produziria uma síntese.

Cumprimentos

 
At quarta-feira, fevereiro 22, 2006 3:22:00 da tarde, Blogger Alien David Sousa said...

As pessoas necessitam de esperança. De se agarrarem a algo, algo que esteja acima de qualquer mal, que cure qualquer mal. Elas precisam de acreditar que, por mais infelizes que se encontrem, existe um ser que nunca se esquece delas. Por mais doentes que estejam, ele está lá, a pairar nas nuvens e a olhar por elas, enviando raios invisíveis de ajuda.
Tudo isto se resume a uma simples palavra: FÉ.
A religião não é o ópio do povo, as drogas deturpam o pensamento. Muitas destas pessoas que têm a tal "FÉ", chegaram a uma conclusão que não sei se poderia ter acontecido se andassem a fumar ganzas...NO ENTANTO, a religião pode ser o ópoio do povo para aquelas que acreditam somente porque foram criadas para acretidar, sem indagarem nada!

 
At quarta-feira, fevereiro 22, 2006 4:29:00 da tarde, Blogger SP said...

Cara Alien:

A Fé e a Religião, estando interligadas, são distintas.
A Fé como crença e convicção numa entidade sobrenatural, é um acto individual e conceptualmente abstracta. Ter fé não é ter obrigatoriamente uma Religião.
Eu posso ter Fé e não professar qualquer Religião.
Marx tinha uma fé material no comunismo.
A Religião como ideologia é que me parece perniciosa, essa é que causa o entorpecimento do povo, da razão.
Na minha opinião, a religião deve ficar no seu lugar, na igreja e nas suas escolas, arredada da vida pública e da política.

Volte sempre

 
At quarta-feira, fevereiro 22, 2006 8:59:00 da tarde, Blogger Unknown said...

O ratzinger representa um grave retrocesso em matéria de religião católica, que infelizmente continua a mover muita gente.
Concordo quando dizes que não se deve confundir a fé com a religião, no entanto as pessoas confundem, e continuam a seguir as religiões como parte integrante da sua fé.

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 2:42:00 da manhã, Blogger Mac Adame said...

O melhor é que houvesse uma guerra realmente religiosa entre todas as religiões monoteístas e que se eliminassem uns aos outros. Sobrando os agnósticos e os membros de religiões politeístas, seria possível fazer um mundo melhor.

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 9:16:00 da manhã, Blogger Ricardo said...

Cara SP,

Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço...

Se vamos pelas questões pessoais - família, problemas e afins, então todos temos razões para aplicar a dita máxima.

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 3:06:00 da tarde, Blogger SP said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 3:11:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro eumesmo (dirijo-me à sua pessoa e responde-lhe porque presumo que era directamente a mim que os seus comentários se destinavam)

Com certeza que entendeu que me referia à fé em Deus. Tanto que mais à frente falo na fé em uma ideologia.
E a fé em Deus é uma crença numa entidade sobrenatural, ou não? "A fé é a crença e aceitação de um ser transcendente e sobrenatural" (Frei Eduardo Quirino de Oliveira, OP, Professor de Teologia e Ciências Humanas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
Quanto à laicidade do Estado e a aceitação das regras democráticas por parte da Igreja estamos de acordo. Porém, e é uma opinião pessoal, aceitar a democracia quando no seu seio ela não se pratica parece-me incongruente.
Posta de parte a teocracia, prossigamos.
Constitucionalmente somos um Estado Laico. O que acontece é que, por vezes, ela é metida debaixo do tapete. Senão vejamos, onde está a laicidade quando se decreta luto nacional pela morte da irmã Lúcia, quando temos nos actos oficiais do Estado cerimónias religiosas, quando tínhamos crucifixos nas escolas públicas? A laicidade só pode existir na sua plenitude, quando é absoluta. Não há semi-laicidades. Outro exemplo, é a própria Concordata na qual o Estado confere um estatuto especial à Igreja Católica, reconhecendo-lhe privilégios, que põem em causa princípios da igualdade de direitos e de obrigações que a lei (geral e abstracta) estabelece.
A aliança religião e poder só tem mostrado maus resultados, por isso defendo que a religião deve pertencer à esfera privada e ficar longe da pública.

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 4:09:00 da tarde, Blogger psac74 said...

Um exemplo de um verdadeiro Estado Laico, tal como o Ricardo referia há uns tempos atrás e muito bem:

- discursos de Natal do Presidente da República e do Primeiro-Ministro!

PS - De resto não opino, porque eu sou apologista do direito de opção, por uns, e do respeito, por parte dos outros (e vice-versa).

Quanto ao Licor,

Meu caro, grande regresso... Post polémico e digníssimo de discussão. Excelente. Depois disto, vou tirar umas férias. Não tenho andamento para vocês!

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 9:42:00 da tarde, Blogger psac74 said...

Caro eumesmo,

Já tinha saudade das suas intervenções corrosivas.
Bem-haja!

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 9:43:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro eumesmo

O meu entendimento de laicidade do Estado pressupõe que este não pode professar qualquer religião e assim se defende a máxima liberdade de expressão, sendo os cidadãos livres de professar aquela que entenderem ou nenhuma, o que, entenderá, não limita ou priva qualquer confissão religiosa da liberdade de culto.
Eu não defendo qualquer espécie de "pogrom". Defender a laicidade não implica defender a destruição dos locais de culto, impedir a liberdade individual de ostentação de símbolos religiosos nem atmosferas persecutórias.
Não estou de acordo que se privilegiem as raízes culturais (nem que sejam de maiorias sociológicas) ou outras em detrimento do indivíduo.
Quanto à democraticidade da igreja, tem razão, não interessa para a questão. Foi um aparte e uma opinião pessoal, como fiz questão de referir, que daria para um outro debate. De qualquer maneira congratulo-me por a Igreja Católica já não defender o Geocentrismo.

Cumprimentos.

 
At quinta-feira, fevereiro 23, 2006 9:57:00 da tarde, Blogger Licor Beirão said...

Cara SP:

Concordo quase na totalidade consigo. Acho, só, que, em relação aos símbolos religiosos, e apesar do direito individual de cada um os exibir, tenho de me posicionar ao lado do Sr Chirac (um dos poucos tipos de direita que respeito, um dia explicarei) no que toca à exibição dos mesmos em locais públicos, como a escola pública. Sendo eu um Republicano sou um defensor da proibição que ele instituiu em relação às Burkas, e que devia ser extensível a todas as outras confissões: Na Escola Pública somos todos iguais.

Caro eumesmo:

Devo-lhe dizer que, sob o ponto de vista teórico mas sobretudo prático, foi a doutrina social da igreja a apropriar-se (ou a evoluir), no terreno e no dia-a-dia, das concepções que, alguém, um dia, teve sobre os direitos das pessoas, a exploração atroz e esmagadora exercida sobre os trabalhadores e sobre a miséria. Esse alguém chamou-se Marx. Custa, mas a ele devemos o Estado Social e aquelas coisinhas de que ninguém quer abdicar. E quanto à doutrina social da Igreja teve um bom princípio, chamava-se Teologia da Libertação, muito próxima da mensagem de Cristo, e foi aniquilada, nomeadamente pelo sr Ratzinger. Porque será?

 
At sexta-feira, fevereiro 24, 2006 9:43:00 da manhã, Blogger SP said...

Caro Ricardo

Mil perdões, mas o seu comentário não aparece no gmail e só agora, ao rever toda a caixa, reparei na sua machadada.
Last but not least.
Quanto ao "olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço" não creio, de todo, que se aplique a Marx. Assumirmos as suas origens, o seu casamento e o seu estilo de vida, ganhava-a como jornalista e trabalhos precários, que terá tido os seus pecados e ainda bem, mas nada que vá contra o materialismo dialético, é uma tentativa de descredibilização da sua genialidade e espírito revolucionário. Propaganda anti-marxista barata.
Ele não tinha escravos, nem explorava ninguém (Engels ajudou-o quando atravessou problemas financeiros graves, é isso que fazem os amigos que podem).
O que eu pretendi dizer quando referi os problemas financeiros blá-blá-blá foi, justamente no sentido de considerar que tais argumentos não interessam para a questão ( daí ter escrito:"se é que isso interessa para alguma coisa")
Isto na minha óptica de ver (esta foi à carroceiro)e se é que eu percebi o que me quis dizer.

Beijinhos

 
At sexta-feira, fevereiro 24, 2006 12:17:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

"Penso que todas as Religiões Monoteístas têm como principal objectivo serem "the number one".

não concordo, caro licor breirão. diria antes que todas as religiões têm como principal objectivo, manter o povo na ignorância para melhor dele se aproveitar. mil e seiscentos anos de obscurantismo chegam para provar a minha tese?

é que se não chegarem, junto-lhes giordanno bruno, copérnico (reabilitado em 1998 por jpII), damião de góis, André Gouveia.........estava aqui toda a tarde....
como nota de rodapé lembro que o index foi abolido em 1961.


francisco de assis

 
At quarta-feira, março 01, 2006 12:54:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

o silêncio é a confissão dos culpados

anonymous

 
At domingo, dezembro 03, 2006 10:14:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Best regards from NY!
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