05 abril 2006

Fui Eu!

A recente polémica entre o Ministro da Justiça, Alberto Costa e Santos Cabral, ex-Director Nacional da PJ, sobre quem foi o primeiro a demitir ou a pedir a demissão, recorda-me duas situações caricatas pelas quais todos passámos há algum tempo atrás, quando crianças e enquanto adolescentes.
Imaginemos, então, dois diálogos. O primeiro entre dois meninos, o Beto e o Cabral, de oito anos de idade. O segundo entre um casal de adolescentes, A. e C, ambos com 16 anos.

1º Situação

Beto- Ó Cabral já não brincas mais connosco aos polícias.
Cabral- Eu também já não queria brincar mais e já te tinha mandado um bilhete na sala a dizer isso.
B- Olha! Eu não li bilhete nenhum. Tu não brincas porque eu não quero, ouviste?
C- Eu é que não quero, ó badocha.
B- Cala o bico, ó caixa-d´óculos. Já não és meu amigo e fazes chichi nas calças.
O Cabral faz chichi nas calças! O Cabral faz chichi nas calças!
C- E tu és um mariquinhas, és muito forte quando estás ao pé do Zé.
B- O Zé e eu é que decidimos que não brincavas mais e vamos dizer a todos para não falarem mais contigo. Vai-te embora, seu queixinhas, já não és da nossa polícia.

2ª Situação

Afinal, o se passou na vossa relação?
S- Não deu mais. Ainda demos um tempo, mas já não havia confiança e eu acabei tudo.
A- Não, quem acabou fui eu, já estava farto de chantagens e de choraminguices.
S- Ó meu parvalhão, e a carta que te mandei a acabar tudo?!
A- Pára lá com a choradeira! Eu não li nada, nem sequer a abri! Não gosto dessa cena de cartas, é bué de piegas. Eu, quando fui acabar, até fui com o meu amigo Zé, ele estava lá e é testemunha.
S- Pois, queres sair sempre por cima, nunca cedeste em nada. Nunca mais me dirijas a palavra.
A- Yá, não falo mais contigo, tu também não fales mais comigo nem com os meus amigos.

Não há dúvida?!

6 Comments:

At quarta-feira, abril 05, 2006 3:00:00 da tarde, Blogger António Almeida said...

nenhuma!

 
At quarta-feira, abril 05, 2006 4:24:00 da tarde, Blogger Unknown said...

Um retrato real e hilariante, mas ao mesmo tempo tão ridiculo e tão triste...e são estes os homens que nos governam e em quem supostamente deveriamos acreditar e confiar...

 
At quarta-feira, abril 05, 2006 7:14:00 da tarde, Blogger pedro oliveira said...

se calhar foi tudo um mal-entendido como a história da vinhaça.

 
At quarta-feira, abril 05, 2006 7:31:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Li, por aí, que a reunião entre o Ex-Director Nacional da PJ e o Ministro da Justiça (MJ) esteve inicialmente agendada para as 12h. Que antes dessa hora já o Director havia comunicado ao MJ a decisão de cessar a comissão de serviço, motivo porque se fez acompanhar da carta de demissão qdo se dirigiu à reunião.

Por razões que desconheço, a reunião foi alterada para as 18h e durou, segundo li, 15 minutos. Decorridos os primeiros 10m, ou seja, antes de terminar a reunião, já estava a sair para a imprensa, do gabinete do Sr. MJ, uma nota que dava conhecimento que o DN da PJ foi dispensado.

O Sr. Director, à saída, disse que apresentara a sua demissão.

A partir daí, é o que todos vemos e ouvimos: O MJ que não se cansa de afirmar e repetir que o Ex-DN da PJ foi demitido.

Isto passa-se ao nivel das estruturas governativas, num estado de direito, em Portugal e em pleno Sec. XXI!!!!!!!! Afinal onde estão os valores da transparência, da seriedade e da responsabilidade?

Efectivamente, Não Há Dúvidas que se portam como crianças!

PS: e porque foi o sr. Director Nacional dispensado??? A seu tempo descobriremos, espero eu.

 
At quarta-feira, abril 05, 2006 9:30:00 da tarde, Blogger SP said...

Se calhar vai tudo dar a uma tal de Secreta, mas, sendo Secreta, dificilmente saberemos porque, para já, ela não existe, é pura imaginação de uns tipos sem Visão.

 
At quinta-feira, abril 06, 2006 12:13:00 da tarde, Blogger psac74 said...

Já estou como o outro dos Pastéis: "Sou português... e agora?"

 

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