Há Mar e Mar, Há Ir e ... Multar
Praias: desrespeito pela bandeira vermelha vai ser punido com multa
A partir de 1 de Junho, o Estado multa quem for a banhos com a bandeira vermelha.
É verdade que no Verão temos, nas nossas praias, muitos imbecis armados em Ian Thorpe da Cruz Quebrada que querem lá saber da cor da bandeira, do estado do mar ou do apito do nadador-salvador, aquilo é tudo deles que o mar mansinho é para as senhoras, mas...não terão eles o direito a ser imbecis?
E assim se vai combatendo o défice...
Por que não multar quem mascar chiclete nas repartições públicas?
Não há dúvida?!
21 Comments:
Abriu-se o caminho:
Hoje:
Perseguição a fumadores;
Multas por banhos com Bandeira Vermelha;
Amanhã:
Fim dos enchidos;
Ginásio obrigatório;
Tudo a bem da nação
Poderás ter alguma razão, mas, sinceramente, já começo a ficar farto de imbecis...
Quanto ao mascar chiclete, se for de boca aberta, é multar de imediato, com direito a 50 chicotadas!
Tu não podes ser boa pessoa.Ainda hoje recebi uma carta no meu blog que menciona este assunto...será que o Connan O'brien está bem? Parece estranho?
Sabes que mais, desde que impeça mais mortes estupidas , FORÇA! Os portugueses só aprendem quando lhes vão à carteira! ;)
Eu concordo com a Alien!
Se eles são imbecis, então, vamos ajudá-los (pela via da carteira, que o défice assim obriga) a preservar a vida!
ehehehehe
e nas praias de nudistas, vão pagar com o corpinho?
felizmente não frequento praias vigiadas...
e porque não multar também aqueles que deixam a praia suja de lixo, beatas de cigarros, chicletes, etc.? Se calhar era mais útil...
Caro Carmo,
Se calhar, esses é que deviam ser autuados! Tens toda a razão.
Caro Pedro,
Depende com quem.
Bem hajam.
Isto de multar a torto e a direito...
Esta é mais uma medida semelhante à do cinto de segurança e a outras... é mais uma medida que não compreendo: afinal cada um deve ser dono de si mesmo, se querem ir para a praia com bandeira vermelha, força... se querem usar cinto de segurança devia ser com cada condutor.
Será que os surfistas se forem para a praia com bandeira vermelha vão ser multados?!
São estas as medidas que vão combater o défice?
São medidas imaginativas, realmente o governo do nosso tempo está cada vez mais estúpido, ou seja, com grandes ideias.
Saudações
eu concordo com esta medida
jocas maradas
esqueci...acho que deviam pagar antes de entrar..pois podem já nem sair...:)))))))))))
Eu concordo com a medida e acho que peca por não ser extensiva a outras condutas igualmente incorrectas e adoptadas pelos banhistas....
Não vejo os turistas estrangeiros a abandonarem a casca da banana, o pacote do iogurte, a fralda do bebé, a salpicarem os outros com areia, a cuspir para o lado, etc, etc?
Porque havemos de fazê-lo, ou aceitá-lo, nós?
Como explicar a dois filhotes de tenra idade que não podem ir a banho quando à sua frente vêem bandos de irresponsáveis a ufanarem-se no tenebroso mar?
Proíba-se o tabaco! Em toda e qualquer circunstância.
O Estado é o pai de todos os filhos, cidadãos, irresponsáveis. Por isso, há que iluminar o caminho individual a percorrer e para isso estão lá os iluminados com toda a clarividência necessária para decidirem o que é melhor para cada um.
Liberdade individual? O que é isso?!
Cada um tem ou não liberdade de tomar decisões que só dizem respeito a si próprio e cujas consequências não prejudicam terceiros?
Cuspir para o chão e deixar entulheira pela praia não é a mesma coisa que decidir ir para a água com a bandeira vermelha! Podem ambas revelar falta de civismo,mas uma diz respeito a um indivíduo e só a ele, não interfere com a liberdade dos outros, e a outra a toda a comunidade, ou seja, fere o interesse colectivo.
Eu não tenho que exigir que os outros sejam exemplos, nem bons nem maus, para quem quer que seja. Era bom estarmos rodeados apenas de comportamentos exemplares, mas essa não é a realidade. Muito menos limitar a liberdade dos outros de cometerem as asneiras ou comportamentos que só a eles lhes diz respeito. Cada um assume as suas acções individuais e as suas consequências.
Cara amiga,
Sabia de antemão que o meu comentário iria ser polémico. Aliás, tinha-o iniciado do seguinte modo: "eu sei que me vão cair em cima, mas... eu concordo com a medida..."
Portanto, não me surpreendeu a defesa das liberdades individuais que preconiza no seu comentário resposta.
Já tive oportunidade de lhe dizer, e repito-o, é sempre com imenso prazer que leio o que escreve, sobretudo quando está em desacordo.
Não pretendo exercer aqui o contraditório, para não enfadar os leitores com comentários que mais deveriam ser posts, mas deixo-lhe algumas perguntas:
já alguma vez assistiu ao melodrama vivido pelos familiares que aguardam que o nadador salvador salve o filho, marido, pai, parente, etc? Cuja única culpa que lhe é imputavél, na sua opinião, é a de ter exercicido uma liberdade individual.
Já teve oportunidade de ver a pessoas, ao seu lado, a desmaiarem, tendo que receber tratamento, porque foram obrigadas a assitir ao referido melodrama, que não solicitaram e muito menos desejaram?
Como conjuga o meu direito, e o da minha familia, a um dia de praia sossegado, ameno e sem sobressaltos com a liberdade individual de outro que temerariamente, e contra a indicação da bandeira, se aventura ao mar?
Como conjuga o direito de um cardiaco que resolve, no exercicio da sua liberdade individual, ir à praia e tem de "levar" com uns tantos que não conseguem viver em sociedade?
Porque não aconselha-los a praticar suícido numa praia isolada, que seja vedada a cardiacos e outras pessoas sensiveis como eu?
Mas lá está, somos todos diferentes. Enquanto uns se incomodam com o olhar para a entulheira, outros incomodam-se com o olhar para a entulheira e em assistir a espectáculos deploráveis e nada dignificantes, mesmo que seja em nome do exercício duma liberdade individual.
Pelos vistos, a minha liberdade tem de ceder perante a liberdade individual de quem, responsavel ou irresponsavelmente, decide entrar no mar com bandeira vermelha.
Uma sugestão: retirem-se as bandeiras vermelhas, dispensem-se os nadadores salvadores, poupem-se uns tantos milhares de euros ao estado...
Viver em liberdade é uma coisa, viver em anarquia é outra, bem diferente, a meu ver.
Concordo com ambas, eh, eh, eh.
A questão das multas é uma palermice.
Bandeira amarela:
«o zé vai para a beirinha da água e dá-lhe vontade de fazer xixi, anda um bocadinho, baixa-se e alivia-se, vem um aonda e fica fora de pé... gritam-lhe da praia:
- ó zé, sai daí marafado (era no Algarve)
- como? se nado sou multado se não faço nada afogo-me, maldita mijinha!»
Por outro lado as famílias têm todo o direito a um dia de praia descansado (consta na Carta Constitucional de 1822).
Solução:
Praias vigiadas para as famílias
Praias não vigiadas para os «malucos»
(lá em cima já tinha alertado para o problema das praias de nudistas)
Que bom que era se vivessemos numa Anarquia...
Cara sp,
"Cada um tem ou não liberdade de tomar decisões que só dizem respeito a si próprio e cujas consequências não prejudicam terceiros?"
Então, vamos optar por, em vez de multas, o nadador-salvador não ser responsabilizado sempre que haja um "macho" de tanga a aventurar-se pelo mar adentro e ele (o nadador-salvador) fizer vista grossa... Ou será que a vida deste terceiro, em muitas ocasiões, não pode ser prejudicada?
PS - Na verdade, não consigo ter uma opinião exacta e concreta acerca de tal medida!
Cara Asna
O argumento da sensibilidade das pessoas e do espectáculo da morte (e nós sabemos que o bom português não perde um espectáculo destes e corre qual abutre para ver bem de perto) não é um argumento sério para justificar medidas que, por muito bem intencionadas que sejam, atacam a liberdade individual.
É fácil utilizá-los porque estamos, em nome do bem-estar, a justificar a violação de um princípio básico.
Quer um exemplo de como é fácil arranjar mais proibições e multas:
Os pagadores de promessas, como os que vemos em Fátima, que se arrastam de joelhos e em sofrimento, alguns até ao limite das suas forças e pondo em risco a sua saúde. Isto não é um espectáculo bonito de se ver. Há muita gente sensível, entre os que frequentam e não frequentam esses santuários, que abomina estas imagens. Eu sou uma delas. Conclusão, proiba-se e multe-se quem não cumprir.
Pois é, o simplismo leva-nos a lugares bem feios. O totalitarismo é um deles.
Sabe, eu não lido nada bem com o autoritarismo e prezo, acima de tudo, a liberdade, acho que é o maior valor que temos.
Respeitar as liberdades individuais não implica viver num sistema anárquico. A banalização da palavra levou a que se associasse anarquia a caos e desordem. Anarquia não é isso. Mas esta seria uma matéria que não a que está aqui directamente em causa.
Amiga Sp,
Não se tratam de argumentos simplistas ou de sensiblidades (não sou nada sensivel, mas gosto de fingr que sou)
A questão foi centrada, por si, nisto «Cada um tem ou não liberdade de tomar decisões que só dizem respeito a si próprio e cujas consequências não prejudicam terceiros?» ... «Podem ambas revelar falta de civismo, mas uma diz respeito a um indivíduo e só a ele, não interfere com a liberdade dos outros, e a outra a toda a comunidade, ou seja, fere o interesse colectivo.»
Ou seja, quis defender, isso entendi perfeitamente, que para si nenhuma consequência advém para terceiro do facto dum "macho" de tanga (gostei desta) se aventurar ao mar, apesar da informação que a bandeira vermelha encerra em si.
Eu, por sua vez, quis dizer-lhe várias coisas: - A questão dos efeitos ou consequências para terceiros é muito relativa, depende de quem a analisa. A sua análise nesta matéria ficou clara, tudo o que sejam efeitos não visíveis (ausência de entulheira) não colide com liberdades individuais de terceiros, (porque será que me protejo da nocividade dos raios solares se não os vejo?)
- depois, eu, como de resto muitos outros banhistas, também tenho as minhas liberdades e, concorde-se ou não, tb têm o seu valor. Relativo sem dúvida. Mas cabe-me a mim defender essa relatividade e demonstrar que a viloação da minhas liberdades tb acarreta consequências (visiveis ou menos visiveis, importantes ou menos importantes, psicológicas ou não...). Foi o que fiz.
- Em nome da liberdade, esta sim, fácil de citar, de aclamar e argumento de arremesso sempre à mão em qualquer tema, põe-se em prática o lema “sou livre, faço o que me der na gana e quem não gostar que olhe para o lado ou, ainda pior, coma mais para aprender a gostar”
A estes podia acrescentar muitos outros motivos da minha concordância, designadamente o muito bem invocado pelo amigo Psac (este sim, visível como gosta – pois na volta o desgraçado do nadador-salvador apanha processo disciplinar, é despedido, responde pelos prejuízos causados e ainda deve pedir desculpa ao “macho” por não lhe ter coarctado, em tempo útil, a sua (a do macho) liberdade individual), mas como tb já disse em tempos não entendo os comentários como uma temática séria, pensada, reflectida (se é que os há – eu, pelo menos, fá-lo-ia dessa forma) antes como uma resposta imediata, impulsiva, a quente….
E que bem me sabem estas respostas a quente, só assim têm, em minha opinião, piada…
Cara Asna
Os maços de tabaco encerram em si informação e bem dolorosa por sinal. Presumo então que concordaria com a medida de proibição total do seu consumo.
Sabemos que o tabaco mata (a diferença do consumo deste com a entrada no mar revolto é a rapidez com que chega a morte),eu não acho que seja por isso que se deva proibir o seu consumo. Isso diz respeito ou não a cada indivíduo?
Prejudica terceiros? Pelo forma tergiversada como analisa a questão das liberdade individuais prejudica, aliás, tudo o que façamos prejudicará, em maior ou menor grau, terceiros, até as nossas opiniões. Argumento falacioso este...
Quanto ao nadador-salvador, que agora surge como argumento. Então é ele quem se quer proteger, afinal?! Pensei que fossem os irresponsáveis e "inimputáveis" machos de tanga.
O profissional faz o seu trabalho e a mais não é obrigado. Se ele avisa, previne alguém de entrar na água e esse mesmo alguém entra, o nadador-salvador é o responsável?! Pois se é, isto vai contra tudo o que eu estive a dizer. Foi justamente a responsabilidade de cada um na tomada de decisões individuais que iniciou este debate.
O nadador-salvador é como um médico que receita um tratamento, se o doente o cumpre ou não, não é da sua responsabilidade. Ou é?
Quanta à liberdade, vai-me desculpar, mas ela é citada sempre que está em causa, sem simplismos. A diferença, e eu aceito-as todas, é que há alguns para quem ela é um valor muito importante e outros para quem ela é conveniente.
Se a liberdade dos outros nos desagrada porque tendemos a vê-la como uma imposição, então, minha cara, somos nós que estamos mal.
Quanto ao seu entendimento dos comentários é o seu entendimento dos comentários. É livre de fazê-lo da forma que entender, por muito que possa desagradar a outros para quem os comentários são "duas frases e já está".
Sabe, isto aqui é quase uma anarquia.
Tenho dito sobre o assunto.
Cara Amiga,
Definitivmamente, estamos em desacordo.
Prezo muito as minhas liberdades e as dos outros, mas aceito e reconheço que elas têm de ser mitigadas com a consciência de coabitação social, de responsabilidade e respeito colectivo. Se essa conciência e responsabilidade não nasce individualmente, por si, pela força da educação, da convivência, do exemplo do próximo, da moral, dos bons costumes..., então não me repugna absolutamente nada que ela tenha de ser imposta coactivamente.
Lamento, contudo, que tenha de ser essa a opção/solução, que tenha de ser esse o preço a pagar pela conviência social.
Mas lamento muito mais que sejamos nós, individualmente, com os nossos comportamentos e as nossas condutas anti-sociais, em nome de liberdades individuais, a dar azo ou a suscitar na conciência do legislador a necessidade de as regulamentar e sancionar quando, supostamente, deveriam ser comumente aceites, pacificas, indiscutiveis....
Parece-se um chavão, mas eu não me canso de o repetir: a minha liberdade começa onde termina a dos outros e a dos outro termina onde começa a minha.
Se quero viver em sociedade, devo interiorizar e respeitar o minímo de regras de convivência social.
Se em nome da minha liberdade individual, que tomo como absoluta, não consigo respeitar aquele mínimo de regras sociais...então, não devo instalar-me num condomínio e devo procurar uma moradia, uma quinta, um monte...
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