Nasci na Europa... Que Sorte!
Eu, realmente, tenho mesmo muita sorte: nasci na Europa democrática e livre, berço do Mundo Ocidental e "civilizado", apesar de ter sido num país em que ainda tive de suportar as agruras do fascismo, ainda que, felizmente, por um curto espaço de tempo.
A comparação que vou fazer dirá respeito a alguns continentes/regiões e partirá da altura do "fim da história" (leia-se Fukuyama e o fim do Bloco de Leste, e digo de Leste porque eles nunca foram comunistas, ou de esquerda) que, por já ter ocorrido há 16 anos, entendo ser um espaço de tempo necessário para que os "bons" tivessem tempo para "regularizar" as más acções dos Papões.
De facto, se tivesse tido o azar de ser um terráqueo da Freguesia África tinha de ter suportado todo um conjunto de ditaduras sociais e económicas que, por serem ricas, logo tiveram o apoio económico dos "Donos do Mundo" que, alicerçados numa justa e coerente concepção da democracia, rapidamente estabeleceram prioridades, concedendo grandes regalias aos déspotas para que os deixassem fazer negócio: uma espécie de nacionalizações por contrato: tu deixas quem me paga as Campanhas Eleitorais explorar livremente o que é do teu País e do teu Povo e eu ajudo-te a explorares livremente o teu Povo, espoliando-o das riquezas da sua Terra; E o povo é pobre e iletrado e morre com doenças inacreditáveis!
Se, por outro lado, tivesse nascido na Freguesia Ásia, estaria agora a assistir, em vários pontos, à substituição do que era mau por algo igualmente mau, se não pior: este já não vai com o dinheiro, (ou nós precisamos de mais e com maiores garantias), então há que fazer uma farsa: mantemos os habituais (longa lista de democracias como a Arábia Saudita, p.ex.) e vamos colocar quem nos dá maiores certezas; E o Povo morre com Bombas e Doenças inacreditáveies.
Se nascesse na Freguesia América do Sul de certeza que vivia muito pior do que como Europeu pelos mesmos motivos atrás elencados, mas o meu sorriso seria maior do que é actualmente: Este foi o Continente onde as "Experiências" ""Democráticas"" da Super-Potência mais se fizeram sentir: nenhum outro continente da Terra teve tantos e com tanto sucesso patrocínios para Democracias Fascistas - Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Venezuela, etc; O que é engraçado é que neste Continente renasce a esparança dos Povos que, com a possibilidade do Voto verdadeiramente livre, escolheram o Progresso, e não a Exploração. Por isso há tanta gente a roer-se com o que se passa com Morales e Chávez: querem que os seus Países sejam donos e senhores das riquezas que possuem (claro que é o Petróleo) e, até prova em contrário, em benefício do seu Povo e não das Multinacionais a soldo da "super-potência". E isto é criticado por alguns que, presumo, devem achar correcta a actuação de Multinacionais do Medicamento que patenteiam Plantas nascidas no Planeta Terra como se delas fossem proprietárias.
Hoje sou Europeu, mas também sou muito Venezuelano e Boliviano e Chileno.
Não há dúvida?!
19 Comments:
«O que é engraçado é que neste Continente renasce a esparança dos Povos que, com a possibilidade do Voto verdadeiramente livre, escolheram o Progresso, e não a Exploração»
Podemos acrescentar, também, Cuba?
REPRESSÃO EM CUBA. ‘O calor da Primavera’, de Raúl Rivero.
«No autocarro que nos levava para a prisão, uma manhã de Abril de 2003, perguntei ao poeta e jornalista Ricardo González Alfonso qual havia sido para ele o momento mais duro durante o fulminante processo que nos condenou a passar 20 anos na prisão por escrever e dar opiniões no país em que nascemos. ‘A noite em que puseram na minha cela o rapaz que iam fuzilar no dia seguinte’, disse-me, e meteu a cabeça entre as mãos, muito juntas por obra e graça das algemas. Muito juntas, como se fosse começar a rezar. ‘O que é que lhe disseste, de que é que falaram essa noite?’
Fiquei calado, não falamos de quase nada. Ele era um homem sem crenças religiosas e iam matá-lo ao amanhecer. O que é que lhe podia dizer? Creio que, quando o foram buscar e ele se levantou do beliche, senti que algo de mim ia com ele. É assim, a vida. O azar ou a ambição e a maldade de um ditador levam-te a lugares que não queres, em viagens reais ou sonhadas.
Este sábado [18 de Março], eu, que sou só um homem livre devido à Espanha e por vontade de muitos homens livres no mundo, viajo às prisões onde 60 amigos meus, 25 deles jornalistas, estão há 36 meses fechados a cadeado apenas porque a sua maneira de ver o mundo (o seu mundo) não coincide com a do Governo que Cuba tem desde os anos 50 do século passado. Fazem hoje três anos que aconteceu ali a Primavera Negra e continuam obscuros e nocturnos os Verões e os leves Invernos, e o Outono, desapercebidos.
Lá estão Ricardo González e Pedro Pablo Alvarez, no Combinado do Leste, de Havana, empenhados em escrever poemas atrás do ferro das grades pintadas com alcatrão. Lá estão Luís Milán e José Rámon Castillo, a rabiscar sonetos na prisão de Santiago de Cuba, e Normando Hernández e Horácio Piña, na de Pinar del Rio, doentes, amontoados, em perigo. No centro do país, próximo de Varadero, com os seus 22 quilómetros de espuma e água azul, Ariel Sigler Amaya, condenado a 25 anos, mas mais atormentado por a sua mãe, uma anciã octogenária, ter a casa cercada por turbas governamentais que a insultam [os chamados ‘actos de repúdio’, frequentes nos anos 80, agora de regresso]. Lá estou, com todos eles, hoje e até ao dia em que chegue a liberdade.»
Esta crónica é inédita em linha e foi hoje publicada na imprensa portuguesa e estrangeira. Raúl Rivero é jornalista e poeta cubano. Cumpriu 2 anos de prisão, depois de uma ofensiva das autoridades de Havana contra 75 dissidentes e jornalistas independentes. Reside, exilado, em Madrid.
Em Cuba não há eleições.
Tenho para mim que, com Evo e Chávez, as coisas se clarificam.
Não há cá meias águas, terceiras vias, esquerda moderna, blá, blá, blá...
O que são políticas típicas de esquerda, são-no realmente!
E isso só ajuda a esclarecer, quem navegue no nevoeiro e não percebe o debate, cada vez mais importante, que é o ideológico.
Dito isto, suponho que o que aqui separa definitivamente as águas entre esquerda e direita é que a direita, neste caso, liberal naturalmente, acredita em acordos das parte, em contratos, em formação de vontades.
A esquerda acredita em nacionalizações primárias e selvagens que, em determinados países, os iam levando à pura e simples bancarrota!
Chávez e Evo rasgam contratos e pilham o que foi estabelecido por acordo de partes, firmado em contratos, estabelecido por vontade de quem os assinou.
As vontades, a liberdade de escolher, e o compromisso de honra de cumprir o acordado, pelo que se vê, casa mal com certas esquerdas libertárias de filme série B, onde as imitações do CHE parecem aqueles concursos de sósias decadentes do Elvis que se fazem em Las Vegas.
A esquerda não aprendeu mesmo nada com 1989.
Cumprimentos.
Eumesmo
Todos sabemos qual é o resultado
quando é o Estado a controlar a economia!
Grande parte da miséria a que hoje se assiste é devida a experiências marxista-leninistas implementadas em África e que estão a ser gradualmente abandonadas (Angola, Moçambique, Guiné, antigo Zaire).
O grande problema de África reside na corrupção que certa esquerda se recusa terminantemente a ver, acreditando ingenuamente na tese do papão capitalista.
Ora, o papão capitalista só tem interesse no desenvolvimento e na riqueza, pois só assim cria mercados consumidores.
Mas isso são outras contas, de outro rosário...
Eumesmo
Caro Eumesmo,
Curiosamente, a esquerda de Angola (entenda-se José Eduardo dos Santos e seus comparças do MPLA) uma experiência marxista-leninista é, actualmente, muito apoiada pelos EUA. Em tempos andaram (os EUA) de braço dado com o Savimbi, mas quando surgiu a oportunidade (queda do Muro de Berlim) e viram que o homem não chegaria lá, tiraram-lhe o tapete e deram a mão a esse grande filha da p... que tem o povo a passar fome, mas manda a mulher passar férias no Brasil, onde gasta 10 mil contos numa semana.
"Ora, o papão capitalista só tem interesse no desenvolvimento e na riqueza, pois só assim cria mercados consumidores."
Penso que falta acrescentar "só tem interesse no desenvolvimento e na riqueza" para alguns! É o nosso caso: assistimos a um sem número de privatizações e parece-me que não saímos da crise (parece que o modelo capitalista não funciona!)
Licor,
Parabéns, gostei do post!
A esquerda que agora impera na América Latina é a esquerda radical. Quem, como a direita, quer fazer crer que essa é a única esquerda está, à partida, a viciar o debate. Seria o mesmo que considerar liberais, ultra-liberais e conservadores a mesma coisa.
"A ideologia marxista nunca deu bons resultados" é uma afirmação enviesada porque nunca a teoria marxista foi concretizada. Segundo Marx, o socialismo seria um estado intermediário entre o capitalismo e comunismo. Tal nunca aconteceu, os estados intermediários, transformados em socialismos autoritários, perpetuaram-se e apoderaram-se do marxismo, de uma ideologia sem nunca a terem aplicado.
Agora, claro que tudo isto, é bom para a direita, é bom para continuarem a pregar a sua fatalidade e o fim da história.
Acabar com o estado social em nome do sacramental mercado.
O caso dos EUA, auto-proclamados nation-builders, que sempre utilizaram o "backyard" para os seus ensaios sociais e económicos, e os povos, as provetas, continuaram na pobreza e a viver miseravelmente. Pois, é que o tal sacramental mercado cria riqueza... num lado e pobreza noutros.Ora, será difícil que estes povos saíam convencidos que quem lhes quer bem é quem os mantém na pobreza. Entre esses e aqueles, como Morales que impediu que toda a água, inclusivé a da chuva fosse privatizada e com custos elevados para a população, é natural preferirem quem os defende.
chegados a este ponto, contra capitalismo selvagem, nacionalizações selvagens. Infelizmente.
É isso "contra capitalismo selvagem, nacionalizações selvagens. Infelizmente."
Tudo muito bem visto. Aguarde-se a ver no que dá.
Bem vinda Sp. Tem o dom de bem dizer aquilo que eu não consigo.
é so para deixar claro á malta e tal que oprazerdainsolencia tá vivo se bem que com alguma comixão no mindinho do pé esquerdo... mas pronto tá vivo... sem mais assunto, ora entao um grande bem haja
Só uma pequena pergunta:
Os contratos de exploração de petróleo foram outorgados pelos governos e empresas petrolíferas ou as ditas empresas ocuparam o país de Evo?
Outra pergunta:
As empresas serão indemnizadas?
Mais uma:
Porque não foram renegociados os contratos?
Ainda mais uma:
Quem beneficia com as estruturas montadas, o Know-how, a formação implementada pelas ditas empresas?
Outra:
A pobreza deriva da existência de empresas fortes e competitivas em países em vias de desenvolvimento ou na incapacidade de os seus dirigentes distribuírem essa riqueza sem a fazerem pessoalmente sua?
Última:
Será possível que ainda hoje se acredite que o Estado é eficiente na gestão económica de um país?! É que são tantos os exemplos que me dispenso de os repetir...
Adenda:
Pelo que vejo, e leio por aqui, afinal há uma esquerda que nunca existiu, nunca foi implementada, jamais se viu em lado algum...
Assim é batota.
Não se pode discutir o que não existe...
Isto porque, todos, repito, todos os sistemas políticos auto-proclamados de marxistas, falharam rotundamente.
Dizer-se que " ok, sim senhor, mas e tal, aquilo não era bem esquerda, nem marxismo...", parece-me pouco curial...
Vicia a discussão e permite a fuga.
Muito conveniente...
Cumprimentos.
Eumesmo
Caro Eumesmo,
1. "Os contratos de exploração de petróleo foram outorgados pelos governos e empresas petrolíferas ou as ditas empresas ocuparam o país de Evo?"
Respondo-lhe com duas questões:
Em que moldes foram outorgados estes contratos? Foram realizados em prol do desenvolvimento do País ou dos outorgantes?
2. "A pobreza deriva da existência de empresas fortes e competitivas em países em vias de desenvolvimento ou na incapacidade de os seus dirigentes distribuírem essa riqueza sem a fazerem pessoalmente sua?"
A atender pela situação económica destes países, parece-me que a presença das ditas empresas fortes e competitivas não foi suficiente para o seu desenvolvimento!
PS - Meu caro, este capitalismo desenfreado gera riqueza, sim, senhor! Mas apenas para alguns senhores sem valores humanos que, depois, em jeito de beneficiência lá vão distribuindo umas migalhas.
O que vicia as discussões é um certo tipo de entendimento que a direita faz do que é a esquerda, com análises pré-concebidas e perfeitamente enlatadas com vista à distracção intelectual dos incautos.
Em 1989 não foi decretado o fim da esquerda, porque tal não é decretável só porque se quer, à viva força, fazê-lo. Aliás uma das características da esquerda é a sua diversidade o que facilmente se constata quando o cheiro do poder está próximo: a direita dilui as diferenças porque entende que nada é tão bom como mandar. As esquerdas mantém as suas firmes posições. E esta é uma grande diferença.
Caro Psac, pelo que leio, concorda que é a corrupção o maior problema.
Precisamente...
Caro Licor, claro que não morreu a esquerda em 1989! Era o que faltava...
O que morreu, e já se julgava bem enterrada, foi a esquerda totalitária, anti-democrática, populista, que ressuscita pelas mãos de um índio deslumbrado com o poder e um pateta analfabeto venezuelano.
Cumprimentos.
Eumesmo
Desculpem, mas só mais uma pérola, pela voz de Helena de Matos:
«Yo quiero pedir mucho respeto. Haga preguntas sobre la situación económica de mi país. Porque usted me está llevando a una confrontación internacional, y no voy a permitir eso» foi assim que respondeu Evo Morales a um jornalista que o entrevistava para a cadeia televisiva Univisión. Mais precisamente, o jornalista Jorge Ramos perguntara a Morales se ele não considerava uma hipocrisia que tendo ele, Morales, chegado ao poder graças ao voto democrático, não peça democracia para o povo cubano. Após mais alguns considerandos sobre Cuba e os EUA, Morales levantou-se abruptamente e pôs fim à entrevista.
De certo modo Evo Morales tem razão para se manifestar irritado quando os jornalistas lhe falam de democracia. «Vendido» na Europa como uma espécie de Fidel que trocou o uniforme militar pela folclórica «chompa», Morales e o seu Movimiento al Socialismo (MAS) nem de longe nem de perto se propuseram alguma vez exercer democraticamente o poder. O que no programa do MAS se pode ler de mais tranquilizante são umas teses megalómanas acerca da Bolívia enquanto financiadora da revolução industrial europeia e posteriormente saqueada para enriquecer essa mesma Europa e os EUA. O resto é uma espécie de antropologia mística e marxismo requentado em que a sociedade sem classes deixa de ser um objectivo político para se tornar no imperativo duma ordem natural que remonta ao tempo dos incas cuja sociedade, devidamente despojada da sua estrutura imperial, surge como uma espécie de Idade de Ouro".
Estamos entregues aos bichos!
Cumprimentos.
Eumesmo
És do Mundo não è?!...
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