29 agosto 2006

Também tu, Brutus?

Uma das coisas que mais me fascina na política em Portugal é a coerência.

Atentem nas seguintes pérolas:
"(...) abre uma crise governativa que exige soluções corajosas de transparência, clarificação, estabilização e respeito pelo povo português."
"(...) qualquer substituição (...) por outra personalidade indicada (...) seria uma solução artificial, inaceitável e destituída de um mínimo de credibilidade."

Agora é tempo de "mudar de opinião".


Não há Dúvida?!

18 agosto 2006

Contas de Merceeiro

Já todos percebemos a necessidade que o actual Governo sente em publicitar as chamadas "medidas de fundo".
Já todos percebemos a especial atenção que o marketing tem na "acção governativa". Aliás, há já quem fale na necessidade de se criar o Ministério da Informação, é tal a quantidade de decisões e medidas "estruturantes".

No seguimento de mais uma medida genial, eis que me confronto com sentimentos que posso classificar como contraditórios. Por um lado, sinto surpresa pela coragem demonstrada. Afinal, não é qualquer pessoa - leia-se Governo, que pode fazer uma asneira "da grossa" e apresentá-la como sendo excepcional, roçando mesmo a genialidade. Por outro lado, sinto pena por Portugal ter chegado ao ponto a que chegou.

Perante mais esta ideia brilhante, surgiram-me algumas questões:

Quanto às famosas Listas:
- A publicação de uma lista de devedores ao Estado é legal? Não põe em causa os direitos dos visados?
- Qual é a garantia que o Estado nos dá de que os nomes que constam na lista são efectivamente de devedores? O Estado tem serviços competentes para o garantir?
- Se tem serviços competentes para o garantir, porque não consegiu cobrar essas mesmas dívidas?
- A não cobrança, por parte do Estado, não torna clara a ineficácia da máquina do Estado?

Quanto ao Estado:
- O Estado paga a tempo e horas aos seus credores?
- O Estado publicou, ao mesmo tempo destas listas, a sua própria lista de dívidas a terceiros?
- O Estado, quando se atrasa nos pagamentos que tem de efectuar, paga juros conforme os cobra a qualquer Cidadão, Empresa ou Instituição?
- O Estado já efectuou todos os reembolsos de IRS?

A táctica que o Estado usou é igual à de muitas mercearias deste País. Resumindo: o Estado tornou-se um grande merceeiro...e assim vai Portugal!


Não há Dúvida?!

P.S. - Para o eumesmo: não me esqueci da sua sugestão, quanto a falar-se da questão de Israel e da Vizinhança. Apenas lhe peço mais algum tempo...é que a procissão ainda vai no adro.


07 agosto 2006

Constatações...

Apesar das Férias, vamos assistindo aos "normais" desenvolvimentos da época balnear. Há quem lhe chame "silly season". Eu chamo-lhe constatações...

Educação
A repetição de Exames foi uma decisão "normal e justa", segundo a Ministra da Educação. O Provedor de Justiça veio dizer que era ilegal. A Ministra veio dizer que o Provedor não sabia do que falava. A Comunicação Social, sempre atenta, não questionou mais nada. Limitou-se a passar "ao de leve" pelo tema.

Incêndios
Em Portugal não há incêndios. Ainda hoje ouvi dizer, na rádio e segundo informações oficiais, que há 4 incêndios em todo o país. Falavam de Paredes de Coura, Leiria, Valongo e Viseu. Estando em Aveiro, constato que foram vários os carros dos Bombeiros que passaram por mim, juntamente com o fumo e o cheiro a queimado que cobrem esta cidade. Irão os Bombeiros até Paredes de Coura?

Polícia Judiciária
Os agentes não têm dinheiro para as deslocações e não recebem as ajudas devidas há mais de 3 meses. O anterior Director demitiu-se dado o "estrangulamento financeiro" da Instituição. O Ministro da Justiça disse ser o ex-Director o responsável pela má gestão. O ex-Director disse que o futuro iria demonstrar quem tinha razão...

Em relação a estes 3 exemplos, e estando perfeitamente à vontade porque não votei nele, o que seria se o "menino guerreiro" fosse o actual 1º Ministro? Que diria a Comunicação Social?

Continuação de boas férias, é o que desejo...

Não há Dúvida?!