31 janeiro 2006

Mundo Cão



Uma equipa internacional de astrónomos identificou um planeta com características semelhantes às da Terra.
Ao ler isto, assustei-me.
Outro igual a este?! A galáxia não vai aguentar...
Afinal, mais à frente, fiquei a saber que o planeta, de seu nome OGLE-2005-BLG-390Lb, não tem condições para sustentar Vida. A importância desta descoberta reside na sobrevivência da esperança de encontrar vida extraterrestre.
Eu estou de acordo com alguém que disse: a prova de que ela existe e é inteligente, é que nunca nos visitou.
De qualquer maneira, convém avisar qualquer ser que pretenda passar por aqui naquilo em que se vai meter. Isto não é um local seguro.
As "auto-estradas inter-galácticas" com destino à Terra deveriam ter, ao longo do seu percurso, sinais indicadores dos perigos e realidades que existem no nosso planeta. Grandes Outdoors com as seguintes informações:
- Perigo de conflitos armados!
As entradas do Médio-oriente e África Central estão cortadas.
Se optar pelas entradas da Ásia ou América Central, faça-o com precaução.
Se tem a tez morena e não fala inglês, não entre pela América do Norte, pode ser confundido com um terrorista e levado para uma prisão "deslocalizada".
- Perigo de extinção de espécies!
Aqui desaparecem 17000 a 25000 espécies por ano. A sua, pode ser a próxima.
- Alterações climáticas em processamento.
- Se necessita de água para a sua sobrevivência, beba-a com moderação, só 0,3% é potável.
- Zonas Verdes: perigo de incêndio.
- Perigo nuclear. Há bombas e centrais por aqui. Cuidado com as nuvens radioactivas.
- Atenção! Buraco na camada de Ozono em movimento.
- Indicadores de Pobreza: 6,3 Milhões de crianças morrem de fome por ano e há 842 milhões de pessoas sub-nutridas no mundo.
- Aqui respeitam-se pouco os Acordos, Tratados e Protocolos.
- Agora não digam que não avisámos. Boa Sorte!

Se, depois disto, não derem meia volta para longe daqui, talvez não venham com boas intenções.

Não há dúvida?!

30 janeiro 2006

Sexo e Mozart

Estudos levados a cabo por Stuart Brody, psicólogo da Universidad de Paisley, na Escócia concluíram que o sexo combate o stress. Hélas!
O sexo, saliente-se, com penetração, não valem os Vícios de Ónan, praticado antes de situações de stress agudo contribui para baixar os níveis de pressão sanguínea daí consequentes.
Sabemos que o stress é o problema principal das sociedades ocidentais e que está na origem das doenças que são, aí, a principal causa de morte.
Agora também sabemos que está nas nossas mãos, e não das da indústria farmacêutica, combater o stress.
O capitalismo desenfreado leva a estilos de vida perigosos com níveis absurdos de stress?
Relaxe. Faça sexo. Relaxe
Não procure a resposta nos ansiolíticos e outros químicos intoxicantes.
Utilize o hipotensor natural, o sexo completo.
Antes de pagar o empréstimo, faça sexo.
Antes de ir às Finanças, faça sexo.
Antes de ir ao supermercado, faça sexo.
Antes de se fazer à estrada, faça sexo.
Antes de ir à oficina pagar a revisão do carro, faça sexo.
Antes de ir para o trabalho, faça sexo.
Antes de ver a sua equipa jogar, faça sexo.
Antes de falar em público, faça sexo.
O sexo é o melhor remédio e diminui a conta na farmácia (mais vale em anticoncepcionais e preservativos do que em tranquilizantes).
E, já agora, alie-se a este estudo, um outro que demonstrou que ouvir Mozart aumentava a inteligência imediata.
Será esta a solução para Portugal?
Sexo ao som de Mozart.
Mais relaxados e inteligentes enfrentaremos a crise.

Não há dúvida?!

Carta Aberta ao Co

Exmo. Senhor,

Começo esta carta dizendo-lhe que sou adepto Portista. Ao contrário do que muitos dizem, não sou desde pequenino, sou mesmo desde que nasci. É, diria eu, genético.

Quando V. Exa. chegou ao F. C. do Porto, ao contrário de muitos, entendi que poderia ser uma solução interessante. Não pelo seu curriculum como Treinador Principal – que não tem grande conteúdo , mas pelo facto de ter grande experiência a trabalhar com jovens. Atendendo à necessária renovação do plantel de futebol sénior, na minha modesta opinião, seria a melhor solução. Também lhe confesso que, na primeira hora, apenas o seu nome me colocou algumas reticências.
Após as primeiras impressões – leia-se jogos, comecei a ter de criar fortes argumentos para tentar sensibilizar outros Portistas de que o seu trabalho iria dar bons frutos. Aliás, nessa altura, tenho bem presente que o classifiquei como uma Banana – não interessa o tamanho e se está verde ou madura porque é sempre boa - (vou-me arrepender de escrever isto). Pensava eu.

Com o desenrolar da Liga, foi-se-me criando uma sensação de azia crónica que apenas amainou no mês de Dezembro. O mês em que o F. C. do Porto jogou algum futebol. Apesar de tudo, íamos à frente do Campeonato – o que é sempre bom, mas começando a praticar um futebol mais interessante de se ver.

Com a chegada das Férias do Natal, previlégio que não tenho, as coisas azedaram de forma considerável. Além da falta do futebol, sentia que o interregno não tinha vindo na melhor altura. Apesar de tudo, pensava, V. Exa. pelo menos já se tinha deixado de invenções e tinha definido uma equipa que assegurava as condições essenciais ao sucesso que, julgo, todos nós pretendemos.

Pois estava eu muito enganado. Não só as férias fizeram mal à nossa rapaziada como, por incrível que pareça, a V. Exa. também. Então não é que decidiu voltar à fase das invenções? A coisa começou a descambar na Reboleira. É certo que o Estrela da Amadora jogou como tão cedo não voltará a jogar mas, e foi isso que me deixou minimamente contente, a reacção da equipa foi de louvar. Um dia infeliz, pensava. Vai daí, V. Exa. decidiu presentear-nos a todos com uma “revolução” para o jogo seguinte. Resultado: um jogo confrangedor, uma equipa confrangedora e uma vitória obtida com um auto-golo.

Quando tudo fazia pensar que íriamos voltar á fórmula vencedora, eis que V. Exa. mantém as asneiras e, não contente com isso, ainda junta mais uns extras. Resultado: um jogo confrangedor, uma equipa confrangedora e um empate obtido contra uma equipa medíocre. A agravante está no facto de, em caso de vitória, a nossa equipa poder começar a encarar, com tranquilidade, a forte possibilidade de se sagrar Campeã.

Assim sendo, serve a presente para lhe comunicar que, junto de outros adeptos, passei a classificar V. Exa. como um Melão – para nós Portistas e para todos os que gostam de ver bom futebol. Além do mais, depois do que vi ontem, prometi a mim mesmo não voltar a assistir a um jogo do F. C. do Porto enquanto V. Exa. por lá andar. E já agora, a Administração da S.A.D. deveria imprimir em todos os bilhetes a seguinte informação útil:

O F. C. do Porto adverte que
a utilização excessiva do Co
pode causar morte dolorosa e lenta
de todos os adeptos.

Com os melhores cumprimentos,

Letra Ilegível


Não há Dúvida?!

27 janeiro 2006

Voando Sobre Um Ninho de Cucos

É verdade que urge a necessidade de estabelecer regras e definir que crimes devem ser, excepcionalmente, sujeitos a escutas telefónicas para não voltarem a acontecer vergonhas como as que ainda há pouco assistimos.
O Presidente Jorge Sampaio propôs, nesse sentido, a criação de um catálogo onde esses crimes seriam elencados e cuja autorização e controlo efectivo seria feito pelo juiz de instrução. Muito bem!
O senhor deputado Duarte Lima, sim aquele mesmo que há uns anos teve uns dissabores com a justiça e acabou ilibado, defendeu ontem na AR para gáudio geral, leia-se dos deputados independentemente do lado da bancada em que se situam (excepção feita ao PCP, ao que julgo saber), a circunscrição das escutas telefónicas a "casos de investigação em crimes de terrorismo, tráfico de droga e de atentado à integridade física e à vida."
Então, e os crimes de colarinho branco, como aqueles que, como noticia o DN, duplicaram em Portugal no último ano. Sim, esses ilícitos que tão difíceis são de investigar, ficam de fora?!
O mesmo deputado, evocando o princípio da responsabilização, avançou com a proposta da criação de uma entidade independente a quem os magistrados deveriam prestar contas da sua actividade. E quem nomearia essa entidade? O Presidente da República e, nem mais nem menos do que aqueles que defenderam e aplaudiram a proposta que não contempla os crimes de corrupção, branqueamento de capitais, fraude fiscal, crime de peculato, abuso de poder, aqueles que deixaram que esses crimes ficassem de fora do "catálogo".
Será que os nomes Fátima Felgueiras, Isaltino Morais, Nuno Cardoso, Avelino Ferreira Torres, Edite Estrela lhes fez soar os sinos do sectarismo?

Não há dúvida?!

26 janeiro 2006

Cultura do "Chico-Esperto" - Parte II

Ao visitar o blogue Tonticidades de MC, tive o privilégio de contactar com uma epístola deliciosa! Trata-se de um "tuga" que, à boa maneira portuguesa, tentava evitar o serviço militar .
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"Ex.mo Sr. Ministro da Defesa,
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Venho deste modo explicar-lhe uma situação delicada que tem vindo a ocorrer, de maneira a poder obter um eventual apoio vindo de Vossa Exª.
Tenho 24 anos, e fui esta semana chamado para ir à tropa. Sou casado com uma viúva de 44 anos, mãe de uma jovem de 25 anos, da qual sou padrasto. O meu pai, por seu lado, casou-se com essa jovem em questão. Neste momento, o meu pai passou a ser o meu genro, uma vez que se casou com a minha filha. Deste modo, a minha filha, ou chamemos-lhe, enteada, passou a ser a minha madrasta, uma vez que é casada com o meu pai.A minha esposa e eu tivemos, no mês passado, um filho. Esse filho tornou-se o irmão da mulher do meu pai, portanto o cunhado do meu pai. O que faz com que seja o meu tio, uma vez que é o irmão da minha madrasta. O meu filho é, portanto, o meu tio...A mulher do meu pai teve no Natal um rapaz, que é ao mesmo tempo o meu irmão, uma vez que ele é filho do meu pai, mas o meu neto por ser o filho da minha enteada, filha da minha esposa. Desta maneira sou o irmão do meu neto !!... E como o marido da mãe de uma pessoa é o pai da mesma, verifiquei que sou o pai da minha esposa, e o irmão do meu filho.
Resumindo: sou o meu avô !!!Deste modo, Sr Ministro, peço-lhe que estude pacientemente o meu caso, porque a lei não permite que o pai, o filho, e o neto sejam chamados à tropa na mesma altura. Agradecendo antecipadamente a sua atenção, mando-lhe os meu melhores cumprimentos."
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Não há dúvida?!

25 janeiro 2006

As Leituras Pós-Eleições dos Candidatos

Eu quero agradecer a todos os candidatos que, com gestos, palavras ou falta delas, ideias e performances, contribuíram para o dinamismo deste blog.
Desta forma, além dos 154 360 euros que cada um irá receber (excepto o Garcia) acrescido dos 3,087 milhões de euros que serão divididos por todos na proporção dos votos, ofereço a cada um deles literatura condizente com a personagem que encarnam na vida política.

Garcia Pereira- O Eterno Efémero de Urbano Tavares Rodrigues
Francisco Louçã- Sermões de Padre António Vieira
Jerónimo de Sousa- Cartas de um Sedutor de Hilda Hilst
Mário Soares - Guerra e Paz de Tolstói.
Manuel Alegre - Édipo Rei de Sófocles
Cavaco Silva - A Dica da Semana do Lidl

Não há dúvida?!

24 janeiro 2006

Eleições - mais um Balanço...

Surpreenderam-me brutalmente os resultados da eleição presidencial. Pensava que já me encontrava na melhor das Albânias de Enver Hoxa ou no maravilhoso Chile de Pinochet, ou no solarengo Iraque de Saddam. Questionar-se-ão dos motivos que me levaram a fazer este tipo de reflexão, uma vez que, pensa-se, a Democracia se encontra consolidada neste País. O motivo é simples: a dimensão das previsões da vitória de Cavaco, com valores acima dos 60%. Assim esperava no dia 22 uma hecatombe eleitoral da esquerda e, ao mesmo tempo, uma entronização do novo chefe com medidas tão sensatas como a mudança de todas as "Praças da República" deste país para uma designação mais de acordo com o que eram as expectativas de tais sondagens: "Praça Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva, o bom" (medida que até impulsionaria o tecido empresarial de nível local, com novas placas, maiores e com custos ajustados e corrigidos - uma espécie de choque semi-tecnológico, uma vez que se tratam apenas de placas).
Curiosamente verifiquei que esta eleição foi por uma unha negra (1ª volta, bem entendido) e que a diferença (40.000 votos) foi inferior à verificada no grande combate esquerda-direita de 1986 (cerca de 100.000 votos, o equivalente na altura a encher o esgoto da Luz).
Se fossem tidos para o apuramento do vencedor maioritário os votos expressos de quem se preocupou em ir às urnas verifica-se que não há maioria de votantes, o que provoca o curioso efeito de um voto em branco ou nulo ser um voto Cavaco (o que, temos de admiti-lo, contraria a intenção do eleitor) e nem vou falar do facto de 2.700.000 nem sequer terem ido votar
Foi, assim, uma vitória, concerteza saborosa, mas que revelou que muito foi feito para que assim fosse. Não procurando desculpas, porque o Povo é soberano, é um facto que as sondagens à Coreia do Norte vieram beneficiar o vencedor. Os meus últimos dias de Campanha foram feitos a convencer eleitores a irem às urnas, tal era o estado de desânimo provocado por uma "morte" anunciada.
Cavaco ganhou como era de esperar. Não gostei e acho que é mau para o País ter alguém na Presidência com características "divinas". O Povo nem sempre tem a clarividência de escolher o melhor, porque não tem tempo para vislumbrar o longo prazo e gosta de se vingar no imediato.
Estou de luto pelo País. Eu por mim vou para Campo Maior procurar a reforma agrária que ligue Beja a esta localidade, contando, como espero, com o camarada psac 74.

Pronto!... Já Está!... Não Chora...

Como em tantas outras situações, todos ganharam. Pelo menos é o que dizem. Não sou “intelectual” como o Pacheco Pereira ou o Marcelo Rebelo de Sousa que, invariavelmente, se auto-intitulam de “nós, os intelectuais...”. Sou um simples mortal, assumo-o. Mas o meu voto vale tanto como o deles. Essa é que é essa...

O Aníbal venceu. Apesar de dizerem que foi pela margem mínima, o facto é que venceu. Ficou provado que quanto menos se diz e menos se faz, melhor é o resultado. Ficam gravadas na memória – que neste País é muito curta, as imagens do Candidato de braço dado com o Sr. Alberto. O tal que lhe chamara de Sr. Silva. Também a forma sentida como cantou o “Grândola Vila Morena”, tal qual o melhor dos defensores da Catarina Eufémia – a tal que afinal não estava grávida, é sinal dos tempos. Hipocrisia? Não. Contingências da Campanha. Agora é que vai ser, dizem os seus defensores...

O Manuel também venceu. Contra tudo e contra todos, porque a ele ninguém o cala, lá conseguiu mostrar que há vida para além dos Partidos. A simpatia que gerou junto do eleitorado é inversamente proporcional à que grangeou no seu Partido de sempre. Apesar de tudo, não deixou de fazer parte do Partido que o ajudou a eleger. Mantém o cargo de Deputado que, nestas alturas, é conveniente dizer que mais não é do que a representação do Povo. Hipocrisia? Não. Contingências da Campanha. Falta saber o que vai fazer a seguir. Os próximos capítulos prometem...

O Mário também ganhou. Como viram a idade não interessa. Ficou provado que o estilo trauliteiro já não colhe. Teve o condão de transmitir a ideia que o cargo de Presidente não serve para nada. O que, aliás, já todos sabiamos. A sua visita aos Estaleiros de Viana fica na história como a maior demonstração da sua concepção de Presidência. Telefonou a um Ministro a pedir satisfações quanto à privatização ou não dos ditos. Mas o outro é que manifestava vontade de ingerência nos assuntos do Governo. Hipocrisia? Não. Contingências da Campanha. Também ele diz que não vai estar aqui, vai andar por aí...

O Jerónimo também venceu. O número de votos por si recolhidos são a melhor demonstração que, ao contrário do diagnosticado, a Força do PC ainda se vê. Falou de tudo o que dizia respeito ao Governo. A sua Campanha era toda centrada na acção governativa, logo, era como se fosse para as Legislativas. Hipocrisia? Não. Contingências da Campanha. Agora vai ter legitimidade para criticar tudo e todos porque os votos assim o ditaram, pensa ele...

O Francisco também venceu. Perdeu votos mas foi uma grande vitória, disse. Tal como o Camarada, centrou toda a sua Campanha no Governo. Destilou ódio e raiva como ele tão bem sabe fazer, tratando tudo e todos como se falasse de indigentes. A Comunicação Social entra em transe quando ele fala - o chamado orgasmo colectivo. Hipocrisia? Não. Contingências da Campanha. Vamos continuar a ter mais do mesmo, é garantido...

O Garcia também venceu. Teve a votação equivalente ao 8º lugar – se contarmos com votos brancos e nulos, mas venceu. Apesar de tudo, fez a Campanha possível e que lhe deixaram fazer, ou seja, nenhuma. Acabou por ser o único que teve a frontalidade de falar o que pensa e o que queria para o País. Concordemos ou não. O Povo falou e mandou que ele se calasse, como em todas as outras eleições em que participou. Mas ele vai voltar. Contingências da Campanha. A Democracia é isto mesmo...

Por último, o José também venceu. Vai ter o Presidente que sempre quis ter, apesar de todos pensarem o contrário. Manifestou a sua concepção de Democracia ao atropelar as palavras do Manuel. Foi um lapso, disseram. Não vai haver ajustes de contas, disse. Hipocrisia? Não. Contingências da Campanha. Tal como o Programa Eleitoral...

Resumindo: Todos Ganharam!.... Pronto!... Já Está!... Não Chora...

Não há Dúvida?!

23 janeiro 2006

Estado de Alma

Edvard Munch, O Grito (1893)

22 janeiro 2006

Psac74 a Sais de Frutos

Na sequência dos resultados eleitorais deste Domingo, passo a informar que me ausentarei por alguns dias, uma vez que vou procurar casa no Distrito de Beja!


Não há dúvida?!

21 janeiro 2006

REFLEXÃO


Stopwatch
B. Lescaux

20 janeiro 2006

FC Direita vs Esquerda SC (42' de jogo) - a saga continua!

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O esférico continua a girar, a euforia persiste, as bandeiras agitam-se, estamos quase, quase a chegar ao intervalo. Contudo, antes, terão de ser cumpridos alguns minutos de compensação, devido, essencialmente, às perdas de tempo, provocadas pelas quedas propositadas do Mário, esse grande atleta que ressuscitou o sábio ditado "velhos são os trapos!", na tentativa de provocar uns penaltizinhos a favor do Esquerda SC.
Junto a uma bandeirola de canto, o "barbichas" desfaz-se em beijos com esta, vociferando-lhe o mister do Esquerda, que tem sentado a seu lado o suplente Garcia, com um cachecol vermelho, que ainda não deve ter conhecido o tambor de uma máquina de lavar:
- Ó Alegre deixa a bandeirola, que estás a fazer? Pareces um cão com o cio!
- Ai, isto não é o busto do Cunhal ou do Torga!? - pensa para si mesmo.
- Oportunista! Oportunista! - bradam o Francisco e o Jerónimo, colocando, pelo meio umas imprecações guturais, indignas de registo.
No meio do campo, um Audi A8 4.2 V8 Tipronic Quattro ostenta no seu tejadilho o atleta do Direita, Aníbal, cheio de energia e vigor, que demonstra, através do seu repetido gesto com os dedos em forma de V, que o seu desempenho é, nada mais nada menos, suprapartidário, digo, supradesportivo, enquanto vai dizendo umas coisas acerca do PSD e do outro (como é óbvio não ficamos a saber quem é o outro!) - o gesto talvez não passe de um tique antigo, digo eu!
- Ó pá! Como é que se chama o fulano? Já nem sei o nome do gajo... - pergunta o Mário, revelando resquícios de senilidade.
- Quando é que entro? - questiona o Garcia ao mister, acrescentado - Não vê que sou necessário... Vocês não convocaram o Freitas! Esse é que sabe disto.
- Ninguém me cala! Eu é que estou preparado para a 2ª parte! - diz o Alegre, enquanto corre para outra bandeirola, na esperança de ser o monumento do sobrinho-neto do meio do filho bastardo de Sacadura Cabral (Epa! Feitas as contas ainda dá pr'á aí o Paulo Portas).
Nisto, chegam os 45 minutos de jogo, o árbitro indica ao 4º árbitro mais cinco minutos que terão de ser jogados em absoluto silêncio, tendo em conta as normas da Comissão Nacional do Desporto-Rei.
- Não se esqueçam de votar no meu filho para a Câmara Municipal de Sintra! - apela o Mário.
- Ó Mário, isso já passou! - avisa-o o Francisco, enquanto o árbitro vê-se forçado a mostrar-lhe o cartão amarelo e a marcar uma falta a favor do FC Direita a escassos milímetros da entrada da área.
O FC Direita parece dispor de uma excelente oportunidade para arrecadar a vitória, já na primeira parte.
- Foscasse! - sussurra o metalúrgico.
Nas bancadas, o Licor Beirão, insatisfeito com o desenrolar dos acontecimentos, distrai-se, enquanto ouve umas "pimbalhadas" e manda umas rabecadas ao Viriatus, a propósito dos seus ditos literários. A SP tenta lançar o isco, para ver se espicaça o eumesmo, mas este anda distraído à procura da "massa" que ganhara nas apostas e com os bombos!
O Ricardo aproveitou a sua ida ao bar do estádio, para, entre quatro JB's, dois Martinis e três Absintos, realizar uma fantástica sondagem (qual Marktest!).
Por falar em JB's, o amigo JB eclipsou-se! Depois de saber que, na rifa, lhe saíra um "puto" decidiu dedicar-se às ciências ocultas (cliquem em JB e vejam as ricas companhias!), vá-se lá saber porquê!
A nhaca, apesar de ter abandonado o estádio, vai acompanhando os acontecimentos na telefonia, onde ouve o estádio, em uníssono, a gritar por esse grande postador que teima em não aparecer:
Buchovsky... Buchovsky...Buchovsky...Buchovsky...
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Todos ensimesmam-se na mesmíssima questão:
- Será que o Aníbal tem pujança para concretizar o livre???
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Não há dúvida?!

Última Hora: Os slogans do encerramento da Campanha Eleitoral

Numa tentativa desesperada de última hora, todos os candidatos estão, neste momento, a lançar os slogans mais apelativos por forma a convencerem os indecisos. Eis alguns exemplos:

Mário Soares - "Vota Soares, viaja para as Baleares"
"Vota Mário, não sejas otário"

Cavaco Silva - "Vota Cavaco, não sejas pato"
"O Silva é que é, está sempre de pé"

Manuel Alegre - "Sou eu, sou o Manuel, inscreva-me no seu papel"
"Se votares no Alegre não vais para o Magrebe"

Francisco Louçã - "Vote no Louçã, sorria pela manhã"
"O voto Francisco limpa-lhe o menisco"

Jerónimo de Sousa - "Vota Jerónimo, proteje o perónio"
"Vota no Sousa, mas que cousa!"

Garcia Pereira - "Um voto no Garcia não sabe o bem que lhe fazia"
"O voto no Pereira não lhe dá caganeira"

Não sei porquê mas acho que foi o Garcia que me convenceu...

Não há dúvida?!

Muito Breve História do Look e Ideologia

Há uns anos atrás, a esquerda - estalinistas, maoistas e trotskistas - era facilmente identificável. Fosse qual fosse a proveniência dos ditos, de origem humilde ou de famílias abastadas com bom nome na praça, havia uma imagem de marca, cultivada com rigor.
Todos queriam ser operários.
Os homens perpetuaram a barba até aos primeiros anos do pós - 25 de Abril, cabelos compridos, usavam camisa de flanela axadrezada, calças de ganga, casacos de cabedal preto e botas de operário/camponês. Gravatas nem vê-las. As mulheres excomungaram a maquilhagem e também se reconheciam pela matronice. Claro, todos andavam com o Marx debaixo do braço. Era o despojamento, a recusa da imagem em prol do intelecto.
No PCP essa imagem permaneceu sempre no seu líder "espiritual" (passo a contradição à ideologia marxista), sempre sem gravata e acompanhado da sua inseparável mariconera (que se tornou uma moda nos idos de 80).

Hoje, o líder do PCP, um ex-operário que já esteve na moda por força do trabalho, optou pelo fato e gravata. Este é o novo look - o look aburguesado, eles, de fato e gravata, bons relógios e elas, com tailleurs, cabelo arranjado, muitas loiras e com madeixas. Deixaram o anti-fashion e descobriram o bom gosto.

A outra esquerda, le gauche-caviar, o fato e gravata é preterido, em Bloco, em favor das camisolas e camisas Gant e Lacoste.
Ora, aqui é que não condiz a bota com a perdigota, isto é, o discurso com a indumentária.
Confesso que me impressiona ver o Louçã com o carimbo GANT USA.
É verdade que é uma das marcas mais contrafeitas e, nesse caso, poderiam alegar que estão a ajudar as minorias étnicas. Porém, surgem os problemas da fuga ao fisco e da economia paralela, o que vai justamente contra uma das bandeiras do BE. Posta de parte esta hipótese, resta-me engolir em seco quando vejo um bloquista a bater na América, envergando ao peito o símbolo USA.
Enfim, oximoros ideológicos.

Não há dúvida?!

19 janeiro 2006

Sondagem Não há Dúvida?!


Incumbiu-me a Gerência deste Blog de realizar uma Sondagem de Opinião sobre o próximo sufrágio de Domingo. Nesse sentido, após uma apurada recolha de opiniões - junto de 10 pessoas, podemos afirmar, categoricamente, que se trata de uma Mega-Sondagem.

Ao analisarmos os resultados, perante a única pergunta efectuada - "Está a pensar votar nas próximas Eleições Presidenciais?", podemos concluir que ainda existe um certo desinteresse quanto ao Acto Eleitoral. A falta de vontade e a impaciência nas respostas sugerem um cenário que, a não existirem alterações de maior, apontará para a vitória dos Indecisos. Estes, representando metade dos inquiridos, assumem-se como a principal força votante.
A segunda maior força votante será, tudo indica, o "Nem Pensar". Com cerca de 20%, passará a desempenhar um importante papel na condução dos desígnios do País. Falta saber como...
A correlação de forças das restantes possibilidades manifestadas asseguram uma honrosa terceira posição como força votante. O equílibrio entre "Tou nem Aí", "Espera Lá" e "Já vou", todos com 10% de intenção de voto, fazem adivinhar tempos díficeis no plano político-partidário.

Esta Sondagem, estamos certos, irá originar uma necessária reflexão e remodelação das estratégias dos Partidos Políticos. Fontes dos vários partidos, contactadas por nós, confidenciaram que se tratou de "um choque". Como resposta, poderão surgir novas figuras na cena política. Fala-se no aparecimento de jovens promessas como Cavaco Silva, Mário Soares, Manuel Alegre, Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã e Garcia Pereira. A renovação está em marcha.

Como manda a Lei, a Ficha Técnica é a seguinte:
Universo - 10 - 5 Homens e 5 Mulheres encontrados nos mais prestigiados tascos da Cidade de Aveiro. As idades estão compreendidas entre os 18 e os 90. Todos dizem possuir Cartão de Eleitor - pelo menos dois questionaram "O que é isso?";
Período - As entrevistas foram efectuadas no passado dia 17 de Janeiro, entre as 23h00 e as 4h00 da matina. Todos apresentavam sinais evidentes de tédio e cansaço.

Esta Sondagem está a ser requisitada pelos mais importantes Meios de Comunicação Social do País...

Não há Dúvida?!

18 janeiro 2006

De Olhos Em Bico!

Além dos "nuestros queridos hermanos", andam por aí uns simpáticos orientais a rebentar com a nossa economia: vendem, ao desbarato, material de péssima-qualidade, produzido através de mão-de-obra explorada, mal remunerada e, pior, através da exploração de trabalho infantil - é o elevado preço do materialismo/capitalismo desenfreado...

Mas, meus amigos, eles ainda não estão satisfeitos! Depois de terem hipotecado o "nosso" futuro, através do domínio económico, agora, querem apoderar-se, como quem sorve um saboroso sorvete, do "nosso" heróico e universal passado.

Afinal, quem descobriu o mundo foi Zheng He, almirante chinês eunuco (vejam bem), tendo chegado ao Brasil antes dos portugueses, isto a fazer fé num mapa do Mundo de 1418, apresentado um dia destes em Pequim. Mas há mais... Os chineses pretendem ainda ter chegado à Índia antes do Vasco da Gama e à América antes de Cristovão Colombo.
O tal mapa de 1418 não existe, apenas uma reprodução do mesmo de 1763, o qual representa o Mundo de forma rigorosa, tendo cada continente a forma, a massa, a latitude e a longitude correctas e inclui todos os mares da Terra. O mais curioso é que apresenta datas romanas, desconhecidas, na época, na China... enfim!

Contudo, para evitar zangas, sugeria aos "nossos" amigos amarelinhos o seguinte: não quererão, antes, ficar com o Audi A8 4.2 V8 Tipronic Quattro, com GPS e interface multimédia que permite acesso à internet e à televisão e só gasta 19 litros de gasolina aos 100 quilómetros, comprado a mando de Pedro Santana Lopes, pela Câmara Municipal de Lisboa, que ninguém pega, nem em leilão... como bónus, cedemos, ainda e a custo zero, o referido autarca!


Não há dúvida?!

As Imagens de 2005

THE YEAR IN PICTURES 2005

Fantástico e tenebroso.
As maravilhas da natureza, a força da natureza e a natureza do Homem.
O resto, como dizia Shakespeare, o resto é silêncio.

Não há dúvida?!

17 janeiro 2006

Já que a TVI não me convida para fazer telenovelas...

" (...) Impus a mim próprio que não falaria sobre o meu voto nas presidenciais. Mas há uma garantia que posso dar não voto nos adversários do meu espaço político. A política não se faz com questões pessoais.
(...)
Como disse atrás, não recuo. Não declarei, nem declaro, qualquer apoio a Cavaco Silva. Mas também não o ataquei, nem ataco. Aliás, Cavaco Silva será o primeiro a compreender que se tenha esta posição porque também não declarou qualquer apoio em Fevereiro de 2005. (...)"

Pedro Santana Lopes in Diário de Notícias 17.01.2006

Pedro Santana Lopes, mesmo depois de "afogado", tenta dar umas braçadas e chega a ir aos fundos abissais (nada a que não nos tenha já habituado). Mas é sempre um bom exercício descobrir nos seus textos onde se escondem as verdades. Assim, aqui fica a análise de um pequeno excerto da sua opinião no DN de hoje:
Impôs, a si próprio, uma regra que quebrou na frase imediatamente a seguir.
Diz, como garantia, que não vota nos adversários da direita, sendo o único candidato da direita o Prof. Cavaco a quem, imediatamente a seguir, faz uma declaração de não declaração de apoio.
A política não se faz de questões pessoais, diz. Quer dizer que não está magoado com ninguém, mas mais à frente, qual ave cravejada de chumbo, afirma que quem não o apoiou em Fevereiro também não leva com o seu apoio.
Cavaco deve estar desorientado e, acima de tudo, desapoiado...


Não há dúvida?!

O Envelope

Andam por aí uns senhores muito preocupados com um envelope. Chamam-lhe número 9, vá-se lá saber porquê. Supostamente trata-se de um assunto muito grave que envolve nomes importantes. Que não deviam constar no dito e mais não sei o quê.

Essa reflexão, profunda como só a nossa Comunicação Social consegue fazer, levou-me a pensar numa outra perspectiva. A cultura do envelope. Se atentarmos na importância que o envelope tem vindo a tomar na nossa sociedade, ao longo dos últimos anos, constatamos que não se trata de um simples utensílio administrativo. Serve para enviar correspondência, todos sabemos. O envelope nacional vai mais longe...

Quando era miúdo, lembro-me que a minha professora da escola primária mandava envelopes à minha mãe - o que acontecia demasiadas vezes para o meu gosto, chamando a atenção para a minha personalidade - era um bocado "índio", confesso. Não se tratava de simples correspondência. Era um simples acto de "bufaria". Com o evoluir dos tempos, passamos a ter as cartas anónimas. Basicamente é uma forma de dizermos mal uns dos outros sem ter de dar a cara. É porreiro, porque assim, podemos continuar a ser "amigos" de quem invejamos. O mais engraçado é que nos damos a confortar o "ofendido" desse acto inqualificavel e cobarde, dizemos.

Também se fala dos envelopes dados na época da Páscoa. Chamam-lhe folar. Umas notitas para contentar a malta e para comprar a nossa gratidão e simpatia. Com o evoluir dos tempos, passamos a usar os envelopes para outros fins. Agora também servem para pagarmos ao picheleiro e ao trolha que vão lá a casa fazer uns arranjos. Eles até usam uma expressão que nunca percebi muito bem: Ó Patrão, assim é tudo pela porta do cavalo...

Era engraçado fazerem um estudo sobre a importância do envelope na nossa sociedade...

Não há Dúvida?!

15 janeiro 2006

Cultura do "Chico-Esperto"


(Antes de ler a suposta conversa entre dois cidadãos anónimos, peço que analise bem a imagem, pois ela é que dá sabor ao texto!)


- Pois é Zeca, assim o País não avança!
- Não tenhas dúvidas, Tó-Zé, isto mal e, cada vez, pior...
- É verdade, é! Estes políticos cheios de regalias - são uns oportunistas!...
- E os empresários a fugir aos impostos e à contribuição da Segurança Social, porra, até mete nojo...Não pagam nada! Fogem a tudo que podem!
- Bem, tenho de ir. Queres uma boleia?
- Não, eu tenho o carro já aqui, perto do edifício novo.
- Porra, mas aí é a pagar!
- Achas?! Eu estacionei em cima do passeio. Pagar 50 cêntimos... isso é que era bom!

PS - "Chulos" e oportunistas são sempre os outros, nunca eu, mesmo quando fujo ao pagamento de 50 cent.
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Não há dúvida?!

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14 janeiro 2006

As (R)evoluções de Cavaco

Cavaco, ontem e hoje.

Ontem
Cavaco, o despesista I

Também conhecido como o pai do défice, cavaco encheu o país de reformados com 50 anos (de idade) e encheu o Estado de funcionários públicos. Era o sistema remunerativo da Função Pública que acabara de criar. Assim nasceu o Monstro.
Mais tarde, já depois de deixar o despesismo activo, disse a propósito do excesso de funcionários públicos: "Como nos vamos livrar deles? Reformá-los não resolve, porque deixam de descontar para a Caixa Geral de Aposentações e diminui a receita do IRS. Só resta esperar que acabem por morrer."

Cavaco, o homem das arábias
No meio do deserto, Cavaco acompanhado do seu camelo, tinha miragens e via o oásis.


Cavaco, o amigo do 24 de Abril
Concedeu pensões vitalícias aos Pides e recusou o mesmo a Salgueiro Maia.
Os pides trabalharam para o Estado, o velho, que se apelidava de Novo.
Salgueiro Maia aplicou um golpe naquele Estado, derrubou-o, e não matou ninguém.

Cavaco, o exibicionista
Mostrou, ao vivo e a cores, o bolo alimentar proveniente de uma fatia de bolo-rei que mastigava, ostensivamente, virado para os jornalistas e câmaras de televisão. Devido à falha que cavaco apresenta entre os dentes incisivos, alguns dos repórteres tiveram direito à sua quota-parte de bolo. Fala-se mesmo em jornalistas traumatizados que, a partir de então, só trabalham com câmaras e microfones-girafa.

Hoje
Cavaco, o despesista II

Já começou a dar ideias de como gastar dinheiro:
Aumentos para os políticos. Até porque é muito ético falar nisso, quando se anda em tempo de crise e a exigir sacrifícios ao povo!
A criação de uma secretaria de estado para acompanhamento das empresas estrangeiras, desde o secretário de estado, secretário de estado adjunto aos subsecretários e subsecretários adjuntos, primos e cunhados, há muito dinheiro para distribuir.

Cavaco, o homem das Américas
Cavaco descobriu o novo mundo. Seremos, qual espelho, a Califórnia da Europa. Oremos todos para que não nos saia um daqueles espelhos da Feira Popular.

Cavaco, o amigo do 25 de Abril
Entoa a "Grândola, vila morena" com convicção, só lhe falta evocar Salgueiro Maia.

Cavaco, o humorista
Cavaco diz dele próprio que tem humor inglês. Ah, então aquilo do bolo-rei era uma piada!
Atenção RTP, temos mais um Gato Fedorento.

Cavaco, o presidente-candidato, já avisou que se calhar "as pessoas colocam esperança demasiada no Presidente da República". Será caso para falar em Cavaco, o arrependido?

Não há dúvida?!

Sismos: Coincidência ou Algo Mais?

Ontem, mais uma vez, a comunicação social decidiu alarmar a população civil, devido ao sismo sentido no arquipélago da Madeira. Na verdade, foi o quarto no espaço de uma semana em território nacional (partindo do princípio que a Madeira não é uma República das Bananas!). Até foi ridículo ver os repórteres quase que obrigarem os madeirenses a afirmarem que tinham sentido o abalo noctívago!
Afinal, tratara-se de um sismo menor que os anteriores, confirmaram os serviços de Protecção Civil.
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Entretanto, dei comigo a conspirar... (próprio de quem leu Dan Brown - isto pega-se)... mas não, fez-se luz: peguei, simplesmente, nos dados, isto é, na intensidade dos diversos abalos (escala de richter) e transformei-os na escala marktest. Lá está: todos os valores entre 52 e 60%...
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Conclusão: Anda por aí um Monstro! (mas a passada diminuiu qualquer coisita)


Não há dúvida?!

12 janeiro 2006

Mamã Lurdinhas, a Santa Protectora dos Animais, digo, Professores!

Passando pelo sítio do Ministério da Educação, tive o privilégio de ler um artigo, presente no Boletim do Professor, relacionado com o concurso de professores (ano lectivo 2006/2007), onde "a páginas tantas" estava escrito:

"Mais de 50.000 professores (dos Quadros de Zona Pedagógica e contratados) ­- que até aqui eram obrigados a concorrer todos os anos e, na sua maior parte, a mudar de escola - terão agora a possibilidade de se fixarem por três anos e desenvolverem o seu trabalho e organizarem a sua vida em melhores condições de estabilidade."

Dei, então, por mim a pensar nos vocábulos "obrigados" e "possibilidade".
Não é que andava completamente distraído! Os professores eram obrigados (não fazia a mínima ideia, pensei que concorriam, apenas, os interessados!) a concorrer todos os anos e, agora, o Ministério dá a possibilidade dos professores estarem fora da sua família por três anos, o que lhes permite uma maior estabilidade e organizarem melhor a sua vida profissional e familiar (presumo eu) - talvez, como neste caso, a mulher na Beira Alta, com a filha de um ano, e o marido, no Algarve, nos Açores ou em sítio nenhum, com o filho de cinco anos (isto por três anos).

Então, caros docentes, é imperativo agradecer em uníssono: Muito obrigado, Reverendíssima Sra. Ministra, pela possibilidade!!!

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Não há dúvida?!

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PS - A propósito do título, atenção que não considero os professores uns animais, contudo considero que alguém os anda a tratar como tal...

Cidadão Anónimo

Tinham surgido umas fortes explosões. O Repórter, na sua permanente procura pela notícia, encontrara um cidadão anónimo a quem pretendia colocar algumas questões.
- Então como é que foi?
- Foi... - respondeu o Cidadão
- O Senhor viu?
- Vi...
- Então e como é que foi?
- Foi...

O Repórter começava a temer pela qualidade do seu exclusivo e, em directo, tentava salvar a reportagem...
- Então mas o Senhor viu?
- Quer dizer....Eu ver não vi....Eu ouvi....Porque eu moro aqui perto - apontava algures para a Savana que se vislumbrava lá ao longe.

O Repórter já não conseguia disfarçar o seu nervosismo. Afinal, não estava a correr nada bem...
- Então e como é que se passou tudo?
- Ouvi um forte estrondo...Porque eu não vi...Eu ouvi...Porque eu moro aqui perto - apontava uma vez mais para a Savana.

O Repórter começava a ficar vermelho. Em desespero de causa, para salvar o seu directo, tentou rematar a reportagem com um final feliz. Apontando o microfone ao Cidadão, perguntou...
- Então e o que é que o Senhor acha da guerra?

O Cidadão, tirando o microfone da mão do Repórter - agarrando-o com as duas mãos, contrariando o sorriso rasgado que mantinha até aí, colocou a expressão mais séria do mundo e disparou...
- Nós não gostamos da guerra. Nós gostamos mais da Paz!

Naquele dia percebi que a vida de Jornalista não é fácil. Ainda assim, um qualquer Cidadão Anónimo tem mais conteúdo e naturalidade em 5 minutos de conversação do que um qualquer candidato político a um qualquer cargo....

Não há Dúvida?!

11 janeiro 2006

Insólitos da Campanha Presidencial

...No arranque da sua pré-campanha, em pleno Algarve, Aníbal Cavaco Silva foi, inesperadamente, atacado e vituperado por um sujeito algo estranho! Este reclamava, para si, o título de "Salvador da Pátria", dizendo que, depois de alguns séculos a cumprir a sua nobre missão de vendedor de esperanças enevoadas, vira o seu cargo ser usurpado por um algarvio que jamais conseguirá alcançar o título de Grão-Mestre Mito da Confraria Mitológica de Aquém e Além-Mar, como, aliás, ele, tão brilhantemente, conseguira.
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...Acrescentou, ainda, que este facto o obrigara a inscrever-se no Centro de Emprego da Área de Lisboa. Contudo, não terá direito a qualquer tipo de subsídio, uma vez que, apesar de ter exercido tal actividade em prol da nação, fê-lo no Norte de África, tendo, por isso, efectuado os devidos descontos, nessa zona do Globo... Aposentação também não será a solução, já que, como a esperança média de vida dos portugueses está a aumentar (excepção dos políticos, daí receberem reformas mais cedo!), ainda é muito novo para ser contemplado com tamanha regalia!
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...Toda a comitiva de apoio, jornalistas e presentes, ainda se perguntam se terá sido mais uma brincadeira do escritor Mário de Carvalho...
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Não há dúvida?!

Dúvida Existencial

Perante o percurso socioeconómico e político de Portugal, a sua situação actual, a mentalidade do " fazer à português", a assunção de que os portugueses são peritos na chico-espertice e o ódio generalizado aos políticos, são muitos os nossos compatriotas, não sei se de forma vã ou se convictamente, que dão por certa a data de 1640 como tendo sido a nossa desgraça. Se os Filipes tivessem permanecido, hoje seríamos espanhóis e estaríamos muito melhor, asseveram os pró-espanhóis, basta olharmos para o lado e ver as respectivas diferenças.
Não serve este post para acicatar os ânimos nacionalistas nem tão-pouco apoucar Portugal e enaltecer os espanhóis. Serve apenas para expor a minha dúvida:

"Se nós portugueses fôssemos espanhóis, estaria a Espanha onde está hoje ou nós não a estaríamos a atrasar?".

Não há dúvida?!

10 janeiro 2006

Palavras Soltas

Disse Bárbara Guimarães, a propósito de um livro apresentado por um dos seus convidados, no programa "Páginas Soltas":
"É com prazer que se desfolha este livro".


Bárbara faz uma revelação (partindo do princípio que sabe o que significa a palavra desfolhar) acerca da sua verdadeira relação como os livros. Quiçá, um prazer (re)descoberto com o seu petiz Dinis Maria que, por se encontrar nessa etapa do desenvolvimento infantil, fará dupla com a mamã. É o Dinis a desfolhar o D. Quixote e a Barbara a "tratar da saúde" à obra de Derrida num acto de vingança por este "serviço intelectual obrigatório".
É nisto que dá ser-se uma intelectual à força, quando menos se espera cai a máscara. Não me parece que este seja caso para dizer "no melhor pano cai a nódoa". Porque a Bárbara intelectual parece uma boneca de chita com uns brilhantes pregados, de vez em quando descose-se e salta lá de dentro o serrim.


Desfolha, Bárbara, desfolha que com um marido filósofo devem ser estantes e estantes de prazer.


Não há dúvida?!

09 janeiro 2006

As músicas dos Candidatos - as Pimbas

Como este é um País em que "não há festa nem dança onde não vá Maria Constança", um ditado bem português, aliás tão português que até um dos mais típicos o usou (um baixote quase cobarde, baixo e feio, não porco porque até é asseadinho, ou pelo menos parece, e se não o fosse, não era quadro do BCP e ex quase tudo do PS e do País e dos comentários da RTP) dedico agora algumas linhas às músicas pimbas dos Candidatos e respectivos significados:

Mário Soares - "A Garagem da Vizinha" - Quim Barreiros

Tiro o carro,
meto o carro
à hora que eu quiser (os exames da próstata estão aí para quem os quiser ver...)
Que garagem apertadinha (contingências antigas do FMI...)
Que doçura de mulher (adesão à CEE...)
Entro cedo ,
ponho à noite
E às vezes à tardinha (homem de todas as horas...)
Estou até mudando o óleo na garagem da vizinha (a Fundação já não é o que era...)

Cavaco Silva - "Não fiques com ele" - Ágata

Podes ficar com as joias, o carro e a casa (Eu sei que a Fundação é rica...)
Mas não fiques com o Ele ( O meu belo trono...)
E até as contas do banco (são da Repúlbica mas, pronto...)
A casa do campo (e não me refiro a Belém...)
Mas não fiques com ele (é meu, eu sou do Povo!)
Podes ficar com os putos ( então com o Joãozinho...)
Ranhosos mas enchutos (os teus não, isso é do meu Povo, olha Boliqueime...)
Podes ficar com o resto (eh, eh, eh,eh)
E dizer que eu não presto (isso, já fazes todos os dias...)
Mas não fiques com Ele (é que eu quero mesmo...)
Tira-me tudo na vida
E o mais que consigas (dinamita a saída para Boliqueime na Auto-estrada. "see if I care..."!)
Mas não fiques com Ele ( É Meu e só meu, e o Jornal Expresso que o diga...)

Manuel Alegre - "Afinal havia outra" - Mónica Sintra

Afinal havia outra (mais velha e experiente e ainda por cima um homem...)
E eu sem nada saber, sorria (um poeta tem de sorrir...)
E eu por ele andava louca (25 de Abril...)
Para ser sua mulher um dia (até ao MASP II)
Afinal havia outra (descobri agora...)
Um emprego, um lar, uma casa (e o Sócrates, que a mim, ninguém me cala...)
E eu era no fim de contas (ou do Soneto.......)
A mulher das horas vagas (O que eu dei àquele homem..............................................)

Francisco Louçã - "Nós Pimba" - Emanuel

Rapazes da vida airada (todos, todos, os Gays, os Bestialistas, todos)
oiçam bem com atenção
todos temos o dever
de dar às nossas mulheres (ou homens, que isto é muito livre...)
muito carinho e afeição.
e se elas querem um abraço ou um beijinho, nós pimba, nós pimba (dizemos o que tiver de ser...)
e se elas querem muito amor muito carinho (aumentos de 10 % para a Função Pública)
nós pimba, nós pimba
e se elas querem um encosto à maneira (ou eles, tanto faz...)
nós pimba, nós pimba
e se elas querem à noitinha brincadeira (só no Frágil...)
nós pimba, nós pimba (é o que nós queremos e fazemos, inventamos...)

Jerónimo - "Marmelinhos" - Nel Monteiro

Como é que eu hei-de (meti-me nisto...)
Como é que eu hei-de (ora bolas...)
Como é que eu hei-de
ir embora (isto do Cavaco ganhar assim...)
Com as perninhas (e o Alentejo...)
todas à mostra (eu tentei, denunciei o Alegre...)
e os marmelinhos (a ditadura do proletariado)
quase de fora (alguém acredita???, no que me meti...)

Garcia Pereira - "Vem viver a vida" - José Cid

Vem, viver a vida amor (oh, os idosos de 75...)
Que o tempo que passou (já lá vão 30 anos...)
Não volta mais (pelo menos para nós, que para o José Barroso até foi bom...)
Sonhos, que o tempo abandonou (os fascistas de m...)
Mas para nós ficou
Esta canção (que eu faço questão de tocar para que se lembrem que ganho dinheiro como Advogado, por isso esqueçam que me candidato e contratem-me)

Democracia

"Não há por onde fugir.
Os grandes caralhos andam aí.
Irão foder o que lhes vier pela frente.
Ponham-se a pau."
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Harold Pinter, Nobel da Literatura 2005, in "Guerra"
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Não há dúvida?!

07 janeiro 2006

FC Direita vs Esquerda SC - primeiros 15 minutos

(continuação do post FC Direita vs Esquerda SC)

Para regozijo da bancada, finalmente, as equipas sobem ao relvado - o jogo está quase, quase a começar!
Entretanto, sem ninguém se aperceber, o José S., depois de um telefonema do Departamento de Marketing dos produtos OMO, rumou à Suiça, para aproveitar o bilhete que lhe saíra num pacote da referida marca.
- Havias de partir uma perna ou um joelho! - pensou o Soares indignado, por ser abandonado, desta forma.
Posto isto, os jogadores, depois de cumprimentarem o público, colocam-se à volta do círculo central, cumprindo um minuto de silêncio em memória da sanidade mental do povo português e da carreira política de Santana Lopes!
E... lá está!...O árbitro apita para o início do jogo! - berra o locutor, admirando-se, logo a seguir - mas...
- Ó Mário, passa a bola! O árbitro já apitou. - reclama o Louçã que tinha indicações, para jogar, apenas, no meio-campo.
Claro! O Mário não podia ter reparado, porque tinha o seu mp3, nos ouvidos e em altos berros.
Resolvido este fait diver, o jogo começa.
- Ripa na rapequeca! - grita, extasiado, o homem da telefonia.
- Ó Aníbal, para a defesa e vai gritando umas coisas! - ordena o mister, de imediato.
- Que coisas?! Que não tenho medo deles? - pergunta Aníbal.
- Nada disso, pá! Isso é básico - e o mister acrescenta - diz que vais sugerir um ministro para acompanhar as empresas estrangeiras, que vais melhorar a vida dos jovens e dempregados... coisas destas!
- Ó mister, mas isso não faz parte deste jogo!
- Não interessa... Vai dizendo umas coisas! O outro também não dizia que não ía aumentar os impostos?
Entretanto, no outro banco, ouve-se:
- Ó Mário, faz-te à falta!
Responde o Mário:
- Não vês que o Louçã não larga a bola! Ela está ali no meio-campo! O gajo, ainda há pouco, saiu do Seminário!...
- És mesmo uma andorinha! Diz que foi aí o cameraman, o repórter da SIC ou o locutor... inventa!
Nisto, o Mário vê o pé de um jornalista a jeito e deixa-se cair neste.
- Ó sôr árbitro, é falta! - grita o Mário. - estes gajos não me largam.
- Comigo não vai haver batota! Ouviram? Não vai haver batota! - grita o homem que, apenas está em jogo, porque comprou a camisola com um empréstimo.
- Que qué isto, ó meu? - pergunta o Perestrelo, admirado por ver mais um atleta que entra no campo atrasado e aos berros e que trazia uma camisola com a imagem do Pequita impressa nas costas:
- Isto é que é desportivismo? Marcam jogos e nem me avisam?
Era o Garcia, com a sua cara de poucos amigos.
- Aquece um pouco aqui junto à linha, que já te ponho! - disse alguém do banco do Esquerda.
Então, o Aníbal, num acesso de fúria, grita:
- Os políticos recebem pouco! Deviam ser aumentados, pelo menos daqui a cinco anos!
Mas parece que ninguém se apercebeu!
- Prá defesa e, afinal, fica mas é calado! - ordenou o técnico do Direita, desabafando para o seu adjunto:
- Livra, que o Homem não sabe o que diz! Vá-la que passou despercebido...
Logo de seguida, a entoar o "Grândola Vila Morena", chega um grupo composto por cabeçudos da Madeira, palhaços e uma fanfarra, liderado por esse grande senhor (umas vezes estrangeiro, outras português - espécie de jogador com dupla nacionalidade), o Alberto João, que apenas está lá para organizar melhor a claque do "Sr. Silva"! Pelo menos, assim o disse!
- Que indecência desportiva! Que indecência desportiva! - exclama o Louçã, enquanto vai trocando a bola com o Jerónimo, no círculo central, e pensando no prémio de jogo.
O Jerónimo esse já dá mostras que, às tantas, não terá fôlego para toda a primeira parte!!! Veremos...
Na bancada central, já todos sabem: afinal, são dois meninos! O moreiramos e o JB estão radiantes. O eumesmo nem se apercebeu que, devido à sua aposta, havia feito um encaixe financeiro fantástico, pois, alheado de tudo e convicto de que não haverá uma 2ª parte, troca, com muita elevação, galhardetes com a sp:
- o Cavaco deixou obra, minha cara! Olhe o CCB!
- Pois, pois... e onde está o dinheiro das vacas gordas, meu caro?
Nos camarotes, um sujeito, com um "bafo" horrível a Licor Beirão, observa atentamente as Marias dos Jogadores (deve ser um tarado qualquer!).
Do Buchovsky, nem sinal... A nhaca, desanimada com aquele jogo, levanta-se e vai estudar para os exames. Entretanto, no bar do estádio, entra o Ricardo, com a sensação de que aquele jogo parece o programa da Amiga Olga, e pede, para afogar a frustração:

- Saia um JB duplo com uma pedrinha de gelo, faz favor!

E ainda só passaram 15 minutos de jogo...


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06 janeiro 2006

Não Sei...

O nosso querido País entrou no Carnaval de forma antecipada. Vamos ter Eleições Presidenciais...
Sinceramente ainda não decidi o que vou fazer. Devo ser, portanto, dos tais indecisos. Analisando os Pretendentes ao Trono, constato o seguinte:

Cavaco Silva - Personagem interessante na forma de estar e de se auto-locomover. Firmo e Hirto, como se de uma vara de ferro se tratasse, é conhecido o seu apetite voraz por Bolo-Rei - só não é aconselhável estar à sua frente aquando do próprio acto. Fala mais quando está calado do que quando abre a boca. Tem alguma simpatia - quando ri trimestralmente, mas, quer queiramos quer não, parece um vendedor de enciclopédias... Logo, fica a sensação que nos está a tentar impingir alguma coisa...

Mário Soares - Personagem digna de uma Banda-Desenhada. Diz que o cargo de Presidente não dá para fazer quase nada. No entanto, vá-se lá perceber porquê, quer ser Presidente. Tal como o candidato anterior, come de boca aberta. É adepto do estilo bonacheirão mas, contudo, quando lhe sobe a mostarda ao nariz é melhor fugir da frente - "Ó sôr guarda! desapareça!". Tem alguma experiência mas, quer queiramos quer não, parece o merceeiro da terra... Logo, fica a sensação que me vai vender uma Bic como sendo o último grito da moda...

Manuel Alegre - Personagem saída de um Conto-de-Fadas. Diz que não tem nada a ver com os outros. No entanto, continua a partilhar os mesmos meandros dos outros. Come de boca fechada. A ele ninguém o cala, diz. O problema é mesmo esse. Já não há paciência para o ouvir mais. É poeta. Essa característica pode ser muito interessante para desempenhar um cargo que se assemelha a uma jarra de flores. Tem cultura mas, quer queiramos quer não, parece um explicador de Línguas Mortas... Logo, ele fala e nós não percebemos patavina...

Jerónimo de Sousa - Personagem saída de uma qualquer Siderurgia. Com o seu fatinho domingueiro, fala quando tem voz - o que nem sempre acontece. Não lhe são conhecidos os hábitos alimentares. Para ele, qualquer pessoa que tenha mais de 10€ no bolso não passa de um "porco capitalista". Quer ser Presidente porque não quer que os outros sejam. Tem charme - pelo menos para a população com idade superior a 80 anos, mas, quer queiramos quer não, parece o mecânico da terra... Logo, todos os arranjos são mais remendos do que arranjos. Não há cá peças originais e de marca....

Francisco Louçã - Personagem saída de qualquer Grupo de Jovens. É o chamado mete-nojo. Para ele nada está bem. Com ele tudo seria fantástico. Quando fala - ó se fala, destila veneno tipo cobra cuspideira. Não lhe são conhecidos os hábitos alimentares - suspeita-se que meta caviar pelo meio. Ele não quer ser Presidente. Bem vistas as coisas, ele apenas se candidata para incomodar os outros.
Tem inteligência - para o que lhe interessa, mas, quer queiramos quer não, parace o diácono da aldeia... Logo, sermões e água benta com fartura, que o que ele diz não é para se fazer...

Garcia Pereira - Personagem do tipo ou vai-ou-racha. É o protótipo de pessoa que todos queremos como amigo. Com ele não há barreiras nem entraves. Leva tudo à frente. Suspeita-se que a sua candidatura servirá para, logo que eleito, extinguir o cargo. Provavelmente iria extinguir tudo, não se sabe. Come de boca fechada nas melhores cantinas no País. Tem tenacidade q.b. mas, quer queiramos quer não, parece um fiscal das finanças... Logo, todos devemos ser seu amigo e vê-lo o mínimo de vezes possível. De preferência nem vê-lo...

Hesito...

Não há Dúvida?!

05 janeiro 2006

É só para lembrar...




É só para lembrar aos mais distraídos que, apesar dos destaques dados a Roberts, Morettos, etc, o FCP continua em 1º Lugar!!!
Há coisas que ninguém consegue mudar...
Há dúvidas?

Não há dúvida?!

Carta ao Pai Natal


Querido Pai Natal,

Eu sei que deve andar triste e desanimado ao ver a sua imagem maltratada pelo povo português com aqueles bonecos das lojas dos chineses que parecem trepar às varandas, como de um ladrão se tratasse, ou, nalguns casos mais descuidados, que estão presos por um fio à imagem de um enforcado.
É com alívio que vejo chegados os Reis e que, finalmente, a sua figura vai ser deixada em descanso. Ou será que me engano e vai suceder o mesmo que à bandeira?
Tê-lo-emos a baloiçar e a apodrecer no resto do inverno, primavera e verão, até que chegue o Mundial?
Pai Natal, eu não sei explicar-lhe o porquê desta praga e desta tendência colectiva para a ostentação da parolice no meu povo, mas que os sociólogos têm aqui matéria para umas lindas teses de doutoramento, disso não tenho dúvidas.

Não há dúvida?!

No Meu Tempo, Não Havia Nada Disto!

Numa escola do interior, uma professora, a fim de estimular contacto com uma sua aluna do 6º ano (volto a repetir: 6º ano), em pleno recreio, repara que esta veste uma camisola cor-de-laranja e diz-lhe:
- Hoje, trazes uma camisola muito gira... Fica-te bem!
Ao que a aluna responde:
- Não diga isso, stôra! O laranja fica-me mal!
- Não me digas que, tão nova, já ligas à política?! - exclamou a professora.
- Não, stôra! - ripostou a aluna. - Dizem que esta cor revela falta de sexo.
A professora ri-se e aluna, ainda, acrescenta (reparem bem):
- O pior é que, se calhar, ainda acreditam?
.
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Não há dúvida?!

04 janeiro 2006

Portugal: Os cofres da mediocridade



Já descobri mais um exemplo revelador do porquê de este país continuar a premiar não quem verdadeiramente sabe, mas quem tem de saber (é que às vezes tem de haver um vencedor...). Confesso que sou um adepto dos concursos televisivos tipo "trivial". Faço-o porque deverei ser do tipo Onanista intelectual, dos que acham que sabem tudo e que, para eles, se lá estivessem, era canja com massinhas. Pronto, é um defeito que tenho apesar de muitas vezes ser confrontado com uma triste realidade: não saber as respostas.

Ora o que tenho assistido neste Concurso (passa na RTP1 à noite), o único neste género (é mais emocionante, sem dúvida o concurso do Kléber), é à mais cabal prova de que este País não premeia a competência e o saber de "per si". O que se assiste continuadamente é que quem demonstra ter mais conhecimentos é brindado com perguntas do género "Como se chamava a Sra. da Limpeza do primo do cunhado de Damião de Góis?", enquanto que a generalidade dos vencedores tem acesso a perguntas mais fáceis, tipo "João e Maria eram irmãos: como se chama o tio da filha de Maria, sendo que o marido desta não tem irmãos?"

Este é apenas mais um "pequeno exemplo", dos grandes já começamos a ficar fartos...

Não há dúvida?!

É Marketing, estúpido!

A capacidade que o marketing tem em fazer vender bens, produtos e serviços é fenomenal. Com a crescente concorrência, temos vindo a assistir a derivas como o chamado marketing-social – o tal que dá “prendinhas” aos desfavorecidos e publicita.
Tudo isto vem a propósito de algo que, primeiro, me contaram e que depois pude constatar. Quando me contaram não queria acreditar. Quando vi..enfim nem sei o que pensei.

Uma empresa de telecomunicações – o maior Grupo Económico de Portugal, está a divulgar publicidade onde surge a música do Hino de Portugal. Não me parece bem. Chamem-me o que quiserem. O nosso Hino e a nossa Bandeira deveriam ser sagrados. Pelos vistos não são.

A utilização do Hino Nacional para fins comerciais repugna-me. Há quem diga que o anúncio não tem nada de ofensivo. Não se trata disso mas de uma questão de princípio.
Se de hoje para amanhã aparecer uma marca de enchidos a dizer que a morçela é que é boa – tendo como música de fundo o Hino Nacional, quem poderá criticar?

No anúncio só faltam mesmo as bandeirinhas – imitações da Bandeira Nacional - com pagodes incluídos, que foram usadas na altura do Europeu de Futebol. O ramalhete ficava completo...

Não há dúvida!?

P.S. – Há uns anos atrás, o humorista Herman José viu um programa seu ser cancelado pela Direcção de Programas da RTP porque “denegria” a imagem de um importante personagem da nossa história...Onde estão os fazedores-de-opinião que lhe caíram em cima nessa altura? Será por ser a empresa em questão? E o anúncio do sapo a peidar-se alarvemente? Também era giro...

03 janeiro 2006

As Marias dos Candidatos

Há um assunto que eu ainda não vi discutido nestas presidenciais o que, dado o rigor e preciosismo de alguns, lembrando pormenores sórdidos, detalhes inconvenientes, olhando para a árvore e não para a Floresta, não está certo: as futuras Primeiras Damas. Como se relacionam com os respectivos maridos/companheiros, têm vida íntima, essa vida íntima é para procriar ou só para se divertirem?, etc, etc. Fiz uma investigação séria e rigorosa e tracei um perfil das actuais companheiras, bem como do perfil desejável, actualmente, para cada um dos Candidatos:

Soares - A Maria tem bom aspecto, de quem teve sempre uma vida amorosa tranquila e frequente. Nem sempre correu tudo bem (temos o João Soares), mas genericamente foi bom. Tinha relações para se divertir até o filho ter o acidente e ela se converter ao Catolicismo, altura em que passou a ser só para procriação. Dada a idade dela não vemos hoje o Clã Soares reforçado com mais 20 filhos.
Para o Soares, e dado ter sido dada grande relevância ao estado da próstata (nada sendo dito quanto ao tipo de ejaculação, resultado habitual nestes testes), sugeria uma Corneta;

Cavaco - A Maria tem aspecto de quem sempre sofreu com o acto em si, talvez derivado de o próprio não aparentar grande dinamismo nessa área. Existe ali claramente um "gap", mas isto também é habitual nos Salvadores da Pátria, cultivadores de relações quase ascetas. As relações deviam também ser só para procriar e, como na altura não havia estes problemas de Stress que fazem prolongar os treinos, somos capazes de arriscar um nº total: 5.
Para Cavaco recomendaria nesta altura alguém com um perfil rígido e pouco dado a aventuras... como o ano novo foi há pouco tempo talvez uma Passa;

Alegre - A Companheira passou por maus bocados uma vez que, parece-me, foi na área de relacionamento íntimo que o Alegre desenvolveu aquele hábito do "A mim ninguém me cala". E ela também não o conseguia calar. Sexualmente devia ser para pura diversão. Actualmente, parece-me que os Whiskies devem ter morto qualquer coisa, daí talvez o ar de desgraça que aparentou nos debates.
Para Alegre recomedaria para os próximos tempos um Soneto;

Louçã - A Companheira, era incialmente uma activa militante de extrema-esquerda, tipo tudo ao molhe. Contudo, e como apanhava cada seca do estilo Padreco-com-Pregação-de- uma-Moral inatacável, própria do Louçã, está hoje retirada como Irmã Carmelita. O Louçã deve ser pouco regular, o que apressou este desenlace.
Para este candidato recomedaria um seminarista caído em desgraça;

Jerónimo - A sua companheira deve ter tido sempre enormes dificuldades, uma vez que não é fácil ser-se metalúrgico (e portanto habituado a malhar no ferro), inicialmente, e depois dirigente do PC (e portanto habituado ora a ser malhado ora a impedir que outros malhassem). Assim, não vislumbro um passado muito famoso.
Para Jerónimo recomendaria algo que o pusesse bem disposto, tipo Fábrica Multinacional encerrada, para que ele se lembrasse dos bons velhos tempos;

Garcia Pereira - Os maoístas sempre foram peritos em esconder o passado e este não foje à regra... Recomendo-lhe uma Esfregona

Não há dúvida?!

Chocolatada... Catrapum!!!

Ontem, quando estava a passar os olhos pelos títulos de alguns diários, ouço um sujeito excitadíssimo a entrar na estação de serviço: Não é que, pelos vistos, lá para os lados de Setúbal, uma fábrica de chocolates entrara em colapso financeiro!
- Ao saber disto - acrescentou o sujeito - dois meninos mimados (o Cú Man e o Cú Adriano Sem) pediram, de imediato, aos papás o chocolate mais delicioso, antes que deixasse de ser fabricado: o chocolate Moretto!!!
Como é óbvio, o paizinho do Cú Adriano Sem, que tens os bolsos a transbordar de euros e dólares, solicitou a compra do referido chocolate, mas o Luís Filipão, vulgo Orelhas, paizinho do outro Cú, não foi de meias medidas e deslocou-se (sim, ele próprio) à referida fábrica, sabendo que o chocolate era de graça, a fim de fazer guarda ao delicioso Moretto.
Deparando-se com a visita do Rei D. Dinis (faz lembrar um pouco "O Regresso ao Futuro"), o Orelhas a babar-se usou de todo o seu savoir faire e lá conseguiu o chocolate para o Man. Parece que o Senhor conseguiu uma vitória incalculável!!!

Entretanto, enquanto eu ouvia na televisão - "Marco Ferreira assina até 2009, pelo SLB" (só é pena, tendo em conta a elevada categoria do jogador, não ter feito um contrato vitalício, como o outro) - li que Argel, atleta exemplar e digno de emitir opiniões, havia dito numa entrevista "Hoje, quem manda, no futebol português, é o Benfica". Ao que eu acrescento: com muita elevação!


Não há dúvida?!

02 janeiro 2006

Resposta ao comentário de eumesmo

Peço desculpa pela imprecisão, Cavaco só é lacónico quando está virado para o "diálogo". A maioria das vezes, é uma personalidade autista e misantropa que dez anos de governação não permitem esconder. Dez anos de "tabu"e uma conveniente lavagem de imagem poderiam tê-lo feito esquecer, mas a memória, essa função da consciência, só com um rocambolesco episódio orwelliano é que seria apagada.
Os golpes de sinecurismo que os governos de Cavaco infligiram à Administração Pública resultaram neste lindo estado dos cofres públicos. Não fosse ele o homem, e atente-se economista, das nomeações recorde de funcionários públicos, de outros tantos milhares de reformas antecipadas e do aumento da despesa pública. O sistema remuneratório da Função Pública foi obra do professor. E o futuro? Na altura, não interessava. Hoje vivemos nele e, qual salvador isento de remorsos, surge o criador do monstro a exortar à morte da sua cria. E quem é o principal matador? O Eng.ºSocrátes, homem de direita, que, deparando-se com esta situação resvaladiça e insustentável, foi o único que, até ao momento, teve a coragem de fazer reformas sérias e impopulares, mas estritamente necessárias. Portanto, o engenheiro dá a cara, o professor apoia hoje, mas amanhã no momento, porque o vai haver, em que os protestos cheguem a Belém, o professor virará as costas como sempre o fez.
A maior enxurrada de dinheiros europeus veio na era Cavaco. E que se fez com eles? Auto-estradas, uma delas a passar descaradamente por sua casa e outras necessárias, o CCB, betão e mais betão, e o resto do dinheiro foi para encher os bolsos da camarilha e dos chico-espertos. Não é por acaso que emergem nesse tempo, o das vacas gordas, os novos-ricos com os seus jipes e as suas quintas que funcionaram como multiplicadores de dinheiro à custa dos subsídios à agricultura e que hoje não produzem rigorosamente nada, nem nunca produziram. É o que resta do oásis.
Conseguiu, ainda, pôr polícias a bater em polícias, depois vieram as vacas magras, os polícias a bater nos estudantes, o buzinão e as forças de bloqueio.
Como irá exercer a magistratura de influência, um homem que entra mudo e sai calado das reuniões, que se blinda no gabinete e que, de forma paranóica e patética, blinda o seu automóvel e se rodeia de seguranças? O homem que raramente tem dúvidas e nunca se engana? Provavelmente, irá transformar Belém no Olimpo. Provavelmente, passará, num piscar de olhos, de aliado a força de bloqueio.
Acusar Soares de só destilar ódio e nada dizer é, no mínimo, um erro propositado de julgamento e é desonesto. É uma atitude incoadunável num homem que tem sido, depois da presidência, como em toda a sua vida, uma voz activa, tanto nos seus cinco anos como deputado europeu, como nas conferências em que participa por todo o mundo e como presença regular na imprensa. É de todo improvável que Soares faça debates e campanhas inertes e vácuos.

Não há dúvida?!

P.S. Quanto à desenvoltura das propostas de Louçã, nem me vou prolongar muito, apenas digo que a demagogia e o populismo são uma doença infantil que ataca os extremistas.

Para Reflexão...

Na passada 6ª Feira fomos surpreendidos com uma sondagem publicada pelo, sempre atento, jornal Expresso. A dita cuja, apesar da sua dureza, merece uma pequena análise.
Facto (tipo Dan Brown) - 10% dos Portugueses são Homossexuais.
Analisando as diferentes vertentes da sondagem chegamos à conclusão que ele há gostos para tudo... Ora é ele com ele, ela com ela, ele com ele e já agora com ela também. Também mete armários pelo meio.
Como pessoa tradicional que sou - adepta da Feijoada e do Cozido à Portuguesa, reconheço que me causa alguma confusão. Também não deixa de ser verdade que, sinais dos tempos, a aceitação gradual pela sociedade faz com que possamos encarar a homossexualidade como natural. Até aqui ainda dou de barato. O problema é que 10% é muita fruta...
Não tenho nada contra a homossexualidade desde que seja vivida sem afrontar ninguém e, muito menos, sem tentar impor as suas preferências aos outros. Cada qual é como é, está visto. Agora 10%...
Ao ler o texto que comenta a sondagem fico com a sensação que, quer queiramos quer não, nos estão a preparar alguma. Será que vamos ter como uma das grandes medidas, nos tempos mais próximos, a autorização de casamento entre pessoas do mesmo sexo? Quem sabe. Agora, que vai ser bonito, vai...
Nesse mesmo dia, num outro jornal de referência, li que - algures na Holanda, se realizou o primeiro casamento entre um Homem e duas Mulheres...

Este ano promete.

Não há dúvida?!