27 janeiro 2006

Voando Sobre Um Ninho de Cucos

É verdade que urge a necessidade de estabelecer regras e definir que crimes devem ser, excepcionalmente, sujeitos a escutas telefónicas para não voltarem a acontecer vergonhas como as que ainda há pouco assistimos.
O Presidente Jorge Sampaio propôs, nesse sentido, a criação de um catálogo onde esses crimes seriam elencados e cuja autorização e controlo efectivo seria feito pelo juiz de instrução. Muito bem!
O senhor deputado Duarte Lima, sim aquele mesmo que há uns anos teve uns dissabores com a justiça e acabou ilibado, defendeu ontem na AR para gáudio geral, leia-se dos deputados independentemente do lado da bancada em que se situam (excepção feita ao PCP, ao que julgo saber), a circunscrição das escutas telefónicas a "casos de investigação em crimes de terrorismo, tráfico de droga e de atentado à integridade física e à vida."
Então, e os crimes de colarinho branco, como aqueles que, como noticia o DN, duplicaram em Portugal no último ano. Sim, esses ilícitos que tão difíceis são de investigar, ficam de fora?!
O mesmo deputado, evocando o princípio da responsabilização, avançou com a proposta da criação de uma entidade independente a quem os magistrados deveriam prestar contas da sua actividade. E quem nomearia essa entidade? O Presidente da República e, nem mais nem menos do que aqueles que defenderam e aplaudiram a proposta que não contempla os crimes de corrupção, branqueamento de capitais, fraude fiscal, crime de peculato, abuso de poder, aqueles que deixaram que esses crimes ficassem de fora do "catálogo".
Será que os nomes Fátima Felgueiras, Isaltino Morais, Nuno Cardoso, Avelino Ferreira Torres, Edite Estrela lhes fez soar os sinos do sectarismo?

Não há dúvida?!

9 Comments:

At sexta-feira, janeiro 27, 2006 6:33:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Estou a estranhar tanto acordo entre vocês...

É Assim! Posso fazer uma pergunta? E escutar atrás das portas é crime?
Se é, estou lixado...

 
At sexta-feira, janeiro 27, 2006 6:42:00 da tarde, Blogger Ricardo said...

Alguém tem Mafu para matar este carroçeiro?

 
At sexta-feira, janeiro 27, 2006 6:56:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro Carroçeiro,

o senhor de repente perdeu a pronúncia!
Até podia jurar que...
Não sei, faz-me lembrar alguém.

Caro Ricardo,
não queremos matar o carroçeiro, mas olhe que ele esteve aqui a comentar 2 minutinhos antes de si. Por acaso não o viu, não?

 
At sexta-feira, janeiro 27, 2006 7:21:00 da tarde, Blogger Licor Beirão said...

Caro eumesmo:

Ao que julgo saber parece-me que é igualmente preocupante o facto de o Ministério Público deter tanto poder sem o devido controlo judicial,por um juíz independente. Estas questões das escutas penso serem o corolário das lamentáveis alterações que foram feitas. Eu prefiro um juíz incompetente a um mecanismo sem qulaquer tipo de controlo independente. E continuo a acreditar na justiça, apesar de tudo o que se passa, por entender que é o último dos pilares do sistema democrático, e achar que, duvidando do sistema judicial tudo fica em causa. Acho que a separação dos poderes é essencial mas tem, forçosamente de haver controlo político (leia-se Assembleia da República e Presidência, órgãos de legitimação popular)na nomeação dos juízes que devem acompanhar a acção dos seus pares. Nisto só é lamentável que se mantenha algum sintoma de impunidade devido ao corporativismo da classe dos juízes. Como é evidente esta proposta de lei não é absurda: é ridícula. Mas o mais grave é que se não se denunciar esta tentativa ainda corremos o risco que passe a letra de lei...

 
At sábado, janeiro 28, 2006 12:11:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Ouvi ele a discursar e fartei-me de rir. Houve um engano na PT, sim porque o erro foi da PT ter mandado o que não tinha sido pedido. Se tivesse sido as minhas chamadas as enviadas, haveria esta confusão?..

 
At sábado, janeiro 28, 2006 12:24:00 da manhã, Blogger psac74 said...

A minha sugestão é simples:

- Que tal criarmos a dita entidade independente, segundo Duarte Lima, composta pelas pessoas referidas no último parágrafo de "post"?

 
At sábado, janeiro 28, 2006 10:26:00 da manhã, Blogger Ricardo said...

Cara SP,

Depreendo, pelas suas palavras, que está a sugerir um processo de intenções contra a minha pessoa. Não lhe fica bem. Acredite.

Tentar concluir que a minha pessoa tem alguma coisa a ver com esse ser ignóbil e boçal é, no mínimo, abusivo.

Quanto ao teor do seu texto que, de facto, era minha vontade comentar - mas atendendo à leitura do comentário do dito cujo.., cumpre-me concordar consigo. É preocupante assistir-se à total desresponsabilização das entidades que, por inerência das suas funções e competências, deveriam zelar pela salvaguarda dos direitos legítimos de qualquer cidadão.

A verdade, infelizmente, é só uma: nenhum cidadão honesto deste País está livre de ver a sua vida devassada e deturpada por um qualquer cabotino com algum poder. Isto, minha cara, é o sintoma da podridão a que chegamos.

Atentamente,

 
At sábado, janeiro 28, 2006 2:14:00 da tarde, Blogger SP said...

Caro Ricardo,

o senhor suspeita que eu suspeito que o suspeito carroceiro é a sua insuspeita pessoa.
Não passam de suspeições.
E, caríssimo Ricardo, se há aqui algo suspeito é a sua intentona para aniquilar por meio de uma arma química -o Mafu- o carroceiro. Processo com o qual eu não posso colaborar, porque se trata da eliminação de uma pessoa e por todos os danos colaterais que traria para o ambiente o uso de um inimigo do ozono.
E, além disso, olhe, eu gosto do carroceiro. Ponto.

Muito atentamente

 
At sábado, janeiro 28, 2006 3:52:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eh Lá! Voçê gosta de eu? Bolas...
Eia Eia...

É Assim! Não liges ao Ricardo. Deve ser o tipo de gente que dis sempre... não fáçamos isto, não fáçamos aquilo...eu doule o mafu...

 

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